Folha de S. Paulo


Epidemia de cólera no Iêmen atingiu mais de 600 mil pessoas, diz OMS

A epidemia de cólera no Iêmen infectou 612.703 e matou 2.048 pessoas desde abril, afirmaram nesta terça-feira (5) a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Iêmen.

Segundo as instituições, a disseminação da epidemia diminuiu nos últimos dois meses, com a redução para cerca de 3.000 novas suspeitas diárias de casos de cólera. O declínio, entretanto, tem sido irregular, e o número de novos casos aumentou em duas das últimas quatro semanas.

O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, disse que algumas das áreas mais afetadas, como a maior cidade e capital do país, Sanaa, tiveram quedas no número de pessoas infectadas, mas houve um "aumento súbito e significativo" em casos relatados em distritos das províncias de Al Hudaidah (no litoral) e Al Jawf (norte).

"A OMS está atualmente investigando o motivo desse aumento. Um dos principais objetivos da investigação será determinar se os números são precisos e se o pico em casos suspeitos é, de fato, causado por cólera ou por outra doença diarreica como o rotavírus", disse Jasarevic.

O número de novos casos tem confundido as autoridades. Logo após o início da epidemia, a OMS afirmou que o pior cenário seria de aproximadamente 300 mil casos.

Além da epidemia de cólera, o Iêmen é palco de um conflito entre uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e as milícias xiitas houthis e forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que querem tomar o poder.

De acordo com as Nações Unidas, a guerra civil –que já deixou 15,7 milhões de pessoas sem saneamento básico– é um dos principais fatores que impulsionam a epidemia no país.


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