Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Série 'Broadchurch' chega ao fim com última temporada instigante

Divulgação
Olivia Colman e David Tennant na série 'Broadchurch
Olivia Colman e David Tennant na série 'Broadchurch'

BROADCHURCH (muito bom)
ONDE 3ª temporada na Apple TV; 1ª e 2ª também no Globosat Play

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O mau humor do detetive Alec Hardy (David Tennant) e a maneira perfeita de lidar com ele, talento da detetive Ellie Miller (Olivia Colman), fazem da dupla de "Broadchurch" um time indispensável. E eles voltaram para resolver um último crime, antes que a série acabe para sempre após essa terceira temporada.

Os oito episódios produzidos pela BBC America já estão disponíveis em streaming na Apple TV. De volta à cidadezinha fictícia britânica, a série mergulha em um novo mistério sem deixar de acompanhar os moradores do vilarejo, como o padre que está deixando a cidade, a editora do jornal em crise e a família da vítima da primeira temporada.

O crime que junta a dupla mais uma vez é um estupro. Uma moradora da vila, Trish Winterman (Julie Hasmondhalgh), 49, procura a polícia denunciando ter sido atacada em uma festa dois dias antes.

Entre o crime e a denúncia, ela não sabe dizer direito o que aconteceu nem como chegou em casa. Não viu o rosto do bandido e não tem pistas, a não ser a descrição dos fatos, o que ela está muito chocada para fazer em detalhes.

Na primeira parte do primeiro episódio, os dois detetives, quase em silêncio, tentam passar pelos procedimentos para abrir o caso. "Precisamos pegar um pouco de saliva de dentro da sua boca para que você possa tomar uma xícara de chá", diz Miller, com todo o tato do mundo.

Aos poucos, os detalhes começam a aparecer, assim como as mentiras e o passo a passo dos personagens. Quase todos têm algo a esconder, o que leva Hardy e Miller a trabalharem sem sossego, como se andando em círculos.

Hardy, além disso, enfrenta um problema pessoal, novidade na trama. Sua filha adolescente está morando com ele e sendo vítima de bullying. Ela quer ir embora, ele insiste que ela fique.

Miller também continua com sua cota de drama. Agora é seu filho mais velho, também adolescente, viciado em pornografia on-line.

Mas, mais que qualquer detalhe da trama, é a química entre a dupla de detetives –que os roteiristas espertamente evitaram que se tornasse um romance– que faz desta uma série quase imperdível. E curta, outra vantagem. Se você não começou a ver ainda, só tem oito episódios de atraso.


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