Folha de S. Paulo


Prova do Enem está mais madura, avaliam professores

Os professores Edmilson Motta, coordenador do Etapa, e Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli, avaliaram que a edição deste ano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) revelou uma "maturidade" na elaboração das provas. Os dois repercutiram os dois dias do exame em debate na TV Folha neste domingo (6).

"O aluno que achou que o Enem foi difícil está certo, o Enem é difícil mesmo", disse Motta. Para Alvarez, a prova não surpreendeu em relação à exigência de conteúdos. "O aluno que fez as provas dos anos anteriores ficou mais tranquilo".

Os estudantes fizeram neste domingo as provas de linguagens e matemática, além da redação. No sábado, o exame abordou as disciplinas das áreas de ciências humanas e da natureza.

O tema da redação do Enem, que pediu um texto sobre intolerância religiosa, foi considerado "pertinente" para os dois. Ambos ressaltaram, entretanto, que a proposta trouxe uma complexidade elevada. "A prova toda abordou temas sociais e contemporâneos", disse Alvarez.
O diretor Etapa também chamou a atenção para a exigência, por exemplo, de duas questões de educação física na prova de linguagens. "E no primeiro dia teve muitas questões de sociologia e filosofia", disse Motta.

A exclusão da obrigatoriedade dessas disciplinas no ensino médio aparece na medida provisória apresentada pelo governo Michel Temer. Para os professores, o conteúdo cobrado na prova do Enem, sobretudo nas provas de sábado, seria impossível de ser abordado em um ano e meio de aulas.

No projeto de reforma, as disciplinas básicas deverão ser contempladas na primeira metade do ensino médio. No restante, os estudantes se aprofundariam em algumas das áreas do conhecimento (entre matemática, linguagens, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino profissional).


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