Folha de S. Paulo


Reforma eleitoral gerou efeito inverso, dizem especialistas

A reforma eleitoral de 2015 é "inconsequente" e deve ter "profundo impacto" nas campanhas municipais deste ano. Na avaliação do jornalista e publicitário Chico Santa Rita, consultor em marketing político, a redução do período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV de 45 para 35 dias, com blocos diários de dez minutos, provocou "efeito inverso do esperado".

"Não diminui. Pelo contrário, o volume de produção das propagandas eleitorais será muito maior do que nas campanhas anteriores", disse ele, que participou de debate na TV Folha sobre as novas regras eleitorais.

Ao lado do advogado Eduardo Nobre, fundador do Instituto de Direito Político e Eleitoral (IDPE) e sócio responsável pela área eleitoral do Leite, Tosto e Barros Advogados, Santa Rita afirmou que a reforma, que tem como um de seus pilares baratear as campanhas, fez "elevar os custos de produção", mas em um momento em que "as campanhas estão com extrema dificuldade de captação de recursos".

Na avaliação de Nobre, as novas regras, ao proibiram também as doações de empresas aos candidatos, tentaram acabar com a prática de caixa dois, que vinha se estabelecendo em campanhas eleitorais, mas abriram caminho para que outros esquemas de corrupção surjam.


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