Folha de S. Paulo


Brancos aprendem a ser racistas por construção social, diz pesquisadora

Os brancos, muitas vezes, são racistas sem saber que o são. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, a tendência é o branco ser escolhido, mesma que exista exceção. A opinião é da pesquisadora Lia Vainer Schucman, doutora pelo Instituto de Psicologia, que debateu o tema racismo na "TV Folha".

Conversaram com ela o repórter de "Cotidiano" Fábio Takahashi e o colunista da Folha Marcelo Coelho.

Autora de "Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo", Lia debate como o racismo, sutil ou não, permeia relações sociais em vários aspectos. E como a própria ideia de raça e os valores da branquitude diferenciam e hierarquizam internamente o grupo de brancos em nossa sociedade.

Lia sugeriu um exercício: pensar na figura de um médico. Imediatamente vem à mente a imagem de um homem branco, não um negro, diz ela.

Isso acontece, continua a pesquisadora, pois somos socialmente moldados, diariamente, a enxergar o mundo assim. Para atenuar isso, a política de cotas é muito importante, defende.


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