Folha de S. Paulo


Presidente do BC diz que interesses particulares atrapalham ajuste fiscal

Diante da resistência do Congresso em aprovar medidas de ajuste fiscal, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirma que interesses coletivos precisam prevalecer sobre os individuais para o Brasil voltar a crescer.

"Essa ideia de que todo mundo é a favor do fiscal na teoria, mas na prática cada um cuida do seu [interesse] é um entrave", diz, insistindo que, "se cada um se preocupar apenas com seu lado", a inflação não vai cair.

Durante entrevista na sede do BC em São Paulo, Ilan Goldfajn avaliou que a economia "estabilizou e parou de cair". Previu "uma recuperação moderada" em 2017.

Ilan assumiu o comando do BC em 9 de junho. Neste período, o BC continuou com a sua política de buscar frear a queda do dólar -ainda assim a moeda recuou 6,24% neste período, para R$ 3,17- e adotou uma linguagem mais clara e sucinta na ata do Copom (documento que analisa a reunião do comitê responsável pela definição da taxa de juros).

Sobre as pressões da ala política do governo para o BC cortar juros e usar outros instrumentos para conter a inflação, ele afirmou: "É como se a recomendação fosse botar um pé na geladeira e outro no fogão e, na média, estamos iguais. Não estamos".


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