Folha de S. Paulo


Ex-participantes do 'MasterChef' ensinam receitas para matar a larica

A Band transmite nesta terça (22), a partir das 22h30, o episódio final da quarta temporada de "MasterChef" –a carioca Deborah Werneck e a catarinense Michelle Crispim disputam o prêmio.

Para abrir o apetite, a TV Folha colocou três participantes de séries anteriores do reality show na cozinha. O desafio não era fazer um jantar completo, como na final desta terça, nem reproduzir uma receita sofisticada.

Pelo contrário: a missão era abrir a geladeira e preparar algo para matar a fome. Uma receita "antilarica", pá-pum, que eles estão acostumados a fazer em casa, sem firulas –para qualquer um poder se sentir um pouco "MasterChef" também.

Dayse Paparoto, vencedora do "MasterChef - Profissionais" foi de wrap; Raul Lemos, finalista da segunda temporada com amadores, preparou um caldinho de feijão; Leo Young, o último ganhador, optou por um espaguete à carbonara.

Nenhum deles excedeu a conta de quatro ingredientes na receita, resolvida em poucos minutos. Tempo justo para cozinhar antes de a final começar.

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Ex-participantes contam o que valeu no programa –e se voltariam para uma segunda temporada

A cada episódio, a apresentadora, Ana Paula Padrão, repete que o programa se presta a revelar "o melhor cozinheiro amador do Brasil". Mas, ao longo das provas, os jurados apelam para o emocional com bordões como "você não quer ser profissional?" e "é assim que as coisas funcionam num restaurante".

Carlos Reinis/Band/Divulgação
Participantes da 5a temporada de MasterChef (à esq.) e as finalistas Michelle Crispim e Deborah Werneck
Participantes da 5a temporada de MasterChef (à esq.) e as finalistas Michelle Crispim e Deborah Werneck

Afinal, quem sai do programa vira o quê? Chef, cozinheiro, amador ou aspirante a celebridade? A julgar pela experiência de quem já passou pelo reality show, um pouco de tudo.

"Eu nem sabia que chef fazia presença VIP em eventos, mas até para isso passei a ser convidada", diz Dayse Paparoto, vencedora da temporada com profissionais, que foi ao ar em 2016 –ela trabalha na mesma casa em que atuava à época do programa, o Feed Food.

Os vencedores dos "MasterChef" com amadores ponderam que o show é só um caminho para eventualmente mudar de carreira. "Para quem quer ser profissional, melhor do que entrar em um programa de TV é ir cursar gastronomia", diz Leonardo Young, último ganhador.

A carioca Izabel Álvares viu portas serem abertas depois de levar a segunda temporada. "Eu até pude pular algumas etapas, mas hoje estou preenchendo lacunas. Ganhando ou não o programa, tem que estudar. Ser cozinheiro é uma coisa, ser chef é outra."

Dayse, profissional há mais de dez anos, tem visão parecida. "O caminho para ser chef não é um reality. O vencedor dificilmente vai se dispor a entrar em uma cozinha e 'se rebaixar' a lavar louça, tirar o lixo, limpar o forno. E para ser chef, você tem que passar por essas etapas, tem que saber fazer isso para saber cobrar", afirma.

O oba-oba gerado pelo programa é lembrado por outros ex-participantes –Raul Lemos, da segunda temporada, até abriu uma empresa para agenciar quem passou por realities do tipo. "Tem gente que vai se importar mais com a fama –e tudo bem, é um programa de TV. Mas ele pode despertar uma paixão, como foi meu caso", diz Elisa Fernandes, vencedora do "MasterChef 1", que hoje trabalha em um restaurante do chef Alain Ducasse na França.

Raul lembra que as provas servem, sim, como preparação. "Eu posso dizer que saí de lá sabendo cozinhar em um evento para 300 pessoas, porque fiz isso", diz.

Com tudo isso, será que quem já passou pelo programa voltaria para uma nova experiência?

"Para mim, que ganhei, valeu a pena. Mas eu não participaria de novo. A exposição é muito grande, e o público nem sempre entende tudo o que se passa", afirma Dayse. Izabel tem visão parecida.

"Eu sofri muito com haters, com bullying. É claro que quem se expõe está aberto a isso, e eu recebi muito carinho também, mas era algo que me fazia mal", diz.

Seu concorrente na final, Raul Lemos, pondera que não sabe se teria saúde, mas diz que toparia encarar uma nova empreitada. "É algo fisicamente desgastante, o físico ferra a paciência, a sapiência", afirma.

Outra que voltaria é Elisa –"mas dessa vez seria com os profissionais, não?".


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