Folha de S. Paulo


Minicruzeiro promete menu moderno e horário flexível

Pode se despedir do baked alaska (espécie de bolo de sorvete) flambado que costuma percorrer o salão de jantar nos navios de cruzeiro, no horário em que seu grupo for escalado para comer –pelo menos se você escolher viajar nos navios mais recentes.

A tradição da sobremesa espalhafatosa e a prática de jantar com hora marcada podem continuar a existir em outras embarcações, mas as novas linhas de cruzeiro prometem cardápios mais modernos, design contemporâneo e horários flexíveis.

Divulgação
Navio da Haumana, em Bora Bora, na Polinésia Francesa

O Virgin Group recentemente revelou detalhes sobre a Virgin Voyages, que começará a operar em 2020. O primeiro navio da empresa, com capacidade para 2.700 pessoas, receberá só adultos.

Em pesquisas comconsumidores, "até os pais e mães nos disseram que querem distância dos filhos", disse Tom McAlpin, presidente-executivo da Virgin Voyages.

Já a rede de hotéis Ritz-Carlton divulgou, em junho, planos para a Ritz-Carlton Yacht Collection, que deve começar a navegar em 2019.

A embarcação transportará 298 pessoas em 149 suítes e coberturas duplex.

O iate terá um spa, uma plataforma para esportes aquáticos e um restaurante dirigido pelo chef Sven Elverfeld, do Aqua, mesma casa do Ritz-Carlton em Wolfsburg, Alemanha, que tem três estrelas no guia Michelin.

"O tamanho das embarcações permitirá a exploração de portos menores, aos quais navios grandes não têm acesso", afirmou Hervé Humler, presidente-executivo da rede. Ele cita como exemplo Capri (Itália) e Mykonos (Grécia).

E uma nova empresa está chegando à categoria de cruzeiros de expedição, a Norwegian Yacht Voyages.

Com lançamento marcado para 2020, a embarcação da empresa pretende oferecer conforto semelhante ao dos grandes cruzeiros.

Um dos três navios que a empresa está construindo tem 110 cabines e capacidade para 220 passageiros. Todos os quartos serão suítes.

"O importante nos cruzeiros de expedição é o destino da viagem", disse Ulf Henrick Wynnsdale, presidente da empresa. "Agora, com mais demanda, os passageiros exigirão mais dos navios."

Outra companhia, a Haumana, retomou suas operações em junho depois de um hiato de seis anos.

Os cruzeiros vêm proliferando. Segundo a Associação Internacional das Linhas de Cruzeiro, em 2017 o setor deve atender cerca de 25,8 milhões de passageiros, 47% a mais do que em 2009.

Mas a série de anúncios de novas linhas é incomum, e indica que o setor está tentando atender a nichos.

"A situação do setor é notável, hoje", disse Colleen McDaniel, editora-executiva do site CruiseCritic.com.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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