Folha de S. Paulo


Amsterdã celebra 30 anos de ícone contra homofobia

Parada obrigatória dos mais de 500 mil turistas que todos os anos se reúnem na beira dos canais para celebrar a parada gay de Amsterdã, o Homomonument é o primeiro memorial à homossexualidade do mundo.

O monumento completa 30 anos em 2017. Às margens do canal Keizersgracht, no centro da capital holandesa, é composto por três triângulos de granito rosa que formam as pontas de um triângulo maior.

Uma das pontas está direcionada para o memorial da guerra, fincado no centro da praça Dam, a mais movimentada da cidade; o segundo triângulo aponta para a casa de Anne Frank (1929-1945), símbolo da perseguição sofrida pelos judeus; e o terceiro, para a sede da COC Nederland, primeira organização de apoio a gays fundada no mundo, em 1946, logo após o fim do massacre nazista.

A perseguição aos homossexuais matou cerca de 50 mil alemães, homens e mulheres, durante e após a Segunda Guerra. Castração química, "tratamento" com testosterona e espancamento faziam parte dos métodos de "cura gay" dos nazistas.

O público joga flores, acende velas, se ajoelha e reza diante do Homomonument.

"Este é o maior símbolo de como a cidade se posicionou na vanguarda do que conhecemos por diversidade", diz o guia Hans Tegling, um dos muitos da capital especializados em turismo LGBTQ.

Talvez seja o sentido militante embutido no triângulo rosa –judeus homossexuais eram marcados com esse desenho no braço, em vez da estrela de David– ou as frequentes demostrações de abertura à comunidade, que faz de Amsterdã um destino clássico de homossexuais.

Diferentemente de cidades como Praga, Paris ou Madri, onde o símbolo do arco-íris tem endereços e bairros definidos para nascer, a capital holandesa implementou uma cultura antigueto desde meados dos 1990, quando pipocaram pela cidade estabelecimentos com a bandeira colorida hasteada ou impressa na vitrine.

SÓ ORGULHO

Prova dessa abertura é a parada do orgulho. Desde o ano passado, a palavra "gay" não faz mais parte do evento, que virou apenas "Pride".

Pelos canais da cidade, famílias e amigos festejam em barcos, alugados ou próprios, enfeitados como os carros alegóricos do Carnaval, na Marquês de Sapucaí.

Seja nas proximidades do Niewnmarket, uma região central entupida de pequenos coffee shops e varejo popular, seja na renovada zona norte, que é a "praia" da cidade, gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais encontram muitos opções de entretenimento, paqueras e namoro.

Onde fica: Amsterdã, Holanda

No Pllek, que é bar, restaurante, espaço de convivência e arena de shows, as opções vêm num combo só.

Aberto há cinco anos, uma criança se comparado aos decanos da noite espalhados pelo rio Amstel, o lugar serve comida rápida com música ao vivo num antigo depósito de contêineres.

Há pratos como hambúrger "gourmet", com carne macia acompanhado de fritas, e salada de cogumelos e rabanete.

Instalado em uma das artérias pouco movimentadas do labirinto de ruas, o Prik é o adolescente na cena LGBT de Amsterdã. Considerado o melhor do segmento em todos os Países Baixos, segundo votação do guia "Time Out", abriu em 2006 para ser um exemplo de integração entre vida urbana e vida gay.

Tendo como vizinhos só prédios residenciais, o lugar coloca na rua seus clientes, e de quinta a domingo eles quase bloqueiam a passagem de carros e bicicletas, durante "sets" dos novos DJs da cena eletrônica holandesa. Cerveja barata e "spritz" acompanham o bate-estaca mais "família" da cidade.

PIONEIRO

Todos os traços da perseguição sofrida por homossexuais estão mantidos no Café t'Mandje, primeiro lugar "friendly" da cidade que, em fevereiro, comemorou dez anos de reabertura.

Durante a Segunda Guerra, a fundadora, Bet van Beeren (1902-1967), escondia judeus no sótão e armas na adega. Lésbica assumida, recebia em seu bar, aberto em 1927, soldados holandeses e marujos de navios atracados.

Comenta-se que a clientela "diferente" despertava curiosidade na vizinhança, que não entendia a proximidade com que pessoas do mesmo gênero conversavam ali. O ambiente é, sozinho, uma aula sem igual de ativismo.

A estátua de coruja comprada por Bet foi colocada num altar para alertar os clientes de que a polícia tinha olhos por todos os lados. Centenas de pedaços de gravatas estão ainda colados no teto –ela dizia que o acessório aprisionava os homens.

Uma enorme "jukebox", com temas dos anos 1940, 1950 e 1960, completa esse museu informal.

Neste ano, a ativista ganhou homenagem à altura: seu nome agora batiza a ponte 210, uma das 1.280 espalhadas por uma cidade cuja vocação é manter à vista as cicatrizes da comunidade gay para que nenhuma nova ferida seja reaberta no futuro.

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PACOTES PARA AMSTERDÃ

R$ 2.868
Cinco noites em Amsterdã, no hotel Ibis Schipol, próximo ao aeroporto. Com bom custo-benefício, o hotel fica perto de terminal de ônibus que leva até o centro da cidade. Com aéreo. Na Submarino Viagens

R$ 3.614
Valor para sete noites, sendo três em Paris, uma em Bruxelas, uma em Bruges e duas em Amsterdã. Com passeios pelos principais pontos turísticos dessas cidades e traslados, mas sem aéreo. Na Visual Turismo

R$ 4.074
Valor para seis noites de hospedagem no Lloyd Hotel & Cultural Embassy, que recebe exposições e apresentações de arte. Com aéreo, mas não tem café da manhã. Na Decolar

R$ 4.142
Sete noites em barco-hotel, com seis dias e 215 quilômetros de passeio de bicicleta, além de city tour pelas cidades históricas de Haarlem, Leiden e Delft. O roteiro tem início e fim em Amsterdã. Inclui toda a alimentação, mas não tem aéreo. Na Ybytu

R$ 4.360
Valor para cinco noites no hotel Waldorf Astoria, em Amsterdã, com city tour e excursões para visitar moinhos de vento e as cidades de Delft e Haia. Sem aéreo. Na Tereza Ferrari

R$ 5.350
Três noites no hotel Inntel Amsterdam Centre, perto de atrações turísticas da cidade. O valor é promoção de Black Friday e vale com o uso do cupom BLACK250BR em reservas feitas até a próxima segunda (27). Com aéreo. Na Expedia

R$ 6.338
Pacote com duas noites em Amsterdã, três em Bagnolet (próximo a Paris), uma em Bruxelas e uma em Frankfurt. Inclui passeios por Amsterdã e Paris. Sem aéreo. Na Cia Eco

R$ 6.846
Roteiro de seis noites, divididas entre Bruxelas, Bruges e Amsterdã. Inclui visitas guiadas às cidades, traslados para o aeroporto e tour em ônibus com guia que fala português. Com aéreo. Na Venice Turismo

R$ 6.846
Com pernoites em Bruxelas, Bruges e Amsterdã, o roteiro de seis noites visita os principais pontos das cidades. Inclui também passeio em Gante, na Bélgica. Com traslados, seguro e aéreo. Na New Age

R$ 7.094
Pacote com oito noites, divididas entre Amsterdã, Bruges, Bruxelas e Paris. Na capital da Holanda, inclui visita ao centro histórico e cruzeiro de uma hora pelos canais da cidade. Sem aéreo. Na Flot Viagens


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