Folha de S. Paulo


Krabi, na Tailândia, é esconderijo com praias desertas e ilhas preservadas

Templos budistas a cada esquina e o clima do filme "Se Beber Não Case", em que tudo é desculpa para terminar a noite de ressaca na maca de uma massagista, passam longe. Se o destino escolhido na Tailândia for Krabi, o turista vai em busca de praias de águas transparentes e distância da muvuca.

Ainda pouco explorada e fora de roteiros mais tradicionais e batidos, a cidade é um esconderijo que fica a cerca de três horas de carro ou 45 minutos de barco de Phuket -essa sim uma das principais atrações no agitado litoral de um país que se vê superlotado pelos 32 milhões de visitantes que recebeu em 2016, mas ao mesmo tempo cada vez mais dependente do turismo (a atividade corresponde a mais de 20% do PIB).

Se fica difícil encontrar um espacinho nas praias de Phuket e sobram europeus bêbados cambaleando pelas ruas de lá, Krabi mantém um certo ar pacato de cidade praiana. Ali todos vão de chinelo a lojas, feirinhas de artesanato com jeitão hippie e agências que oferecem passeios.

A maior parte deles visa explorar o mar tranquilo de uma das 130 ilhas próximas -todas acessadas de barco, tanto de Krabi quanto de Phuket. Ou conhecer parques nacionais como o Mu Koh Lanta ou o Khao Sok. Ambos misturam praias intocadas e vegetação preservada a trilhas, locais propícios para escaladas e passeios de elefante (pacotes de um dia costumam partir de 2.900 bahts por pessoa; cerca de R$ 262).

Muito por causa disso, é difícil ver turistas perambulando pela cidade durante o dia. Geralmente, estão todos estirados ao sol ou com uma câmera na mão e um snorkel na cabeça. É só à noite que eles aparecem para beber um "thai mojito" de manjericão e pimenta, em um dos bares que ficam abertos até tarde, mas longe da bagunça típica de outras praias.

PISCINAS E PAREDÕES

Os passeios começam normalmente em um "longtail boat", barco de madeira típico do Sudeste Asiático, com fitas coloridas na proa e usado para transportar turistas ou pescadores. Traslados custam a partir de 200 bahts por pessoa (R$ 18). Um passeio por nove ilhas parte de 5.000 bahts (R$ 452), com seis lugares.

Uma das principais paradas é a ilha Hong, cujo trajeto faz a embarcação desviar de formações rochosas que parecem flutuar feito icebergs e são o símbolo local. Chamados de "karst towers", esses pedregulhos são formados por rocha sedimentar e surgiram há milhões de anos, com o depósitos de conchas e corais.

As pedras contrastam com os paredões das ilhas maiores, que aparecem aos poucos no horizonte e delimitam a faixa de areia, ajudando a formar piscinas de água salgada.

Por lá, com uma máscara simples de mergulho, avistam-se peixes coloridos e ouriços. O problema é que, pela quantidade de gente que costuma ir a Hong aos fins de semana, muitas vezes a visibilidade da água não é boa.

Por isso, é comum pessoas aproveitarem para alugar um caiaque e explorar locais onde não se chega a nado (400 bahts; ou R$ 36, por uma hora remando).

Parada quase obrigatória nesse roteiro é a lagoa Hong, que forma uma piscina entre árvores e permite um salto do caiaque para descansar -durante a maior parte do dia, a profundidade é baixa, com o nível na altura dos joelhos, ideal para crianças.

Mas, se hoje o clima é tranquilo, basta olhar os detalhes para enxergar um passado recente de sofrimento. Em dezembro de 2004, toda a região e as suas ilhas foram destruídas pelo tsunami originado após um terremoto de magnitude 9,1 na escala Richter no oceano Índico. O fenômeno deixou mais de 230 mil mortos em 14 países.

Em Hong, os destroços de um barco no meio da mata é a lembrança do dia em que a onda gigante arrastou tudo e só parou ao se chocar contra o paredão rochoso.

Guias de turismo mais antigos contam que alguns deles estavam naquele exato momento mergulhando com visitantes. Embaixo da água, nada foi notado. Todos só se deram conta da catástrofe ao voltar à superfície.

Atualmente, crianças brincam perto do que restou desse barco, e famílias inteiras aproveitam o sol ao lado. Mesmo as muçulmanas. Nesses casos, as mulheres vestem burquínis (traje de banho que remete à burca, feito com material impermeável), colocam um colete salva-vidas laranja sobre a roupa e também caem na água.

A regra por ali é jamais negar um mergulho.

O jornalista viajou a convite da Qatar Airways e do The Ritz-Carlton Hotels

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5 praias e ilhas

Hong

A ilha pertence a um parque nacional e, por isso, é cobrada uma taxa de 300 bahts (R$ 27) para acessar as praias (crianças pagam 100 bahts; ou cerca de R$ 9). Próxima a ela, há ainda outras opções, como Lahding, Pakbia e Rai Islands. Com natureza preservada, é possível parar por lá para ver ninhos de pássaros, além de curtir as dunas de areias durante as marés baixas.

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Poda

A ilha é famosa por ter uma rocha solitária no meio da água, ponto certo para encontrar visitantes tirando selfies. Basta mergulhar para avistar peixes coloridos. Como o local é acessado geralmente em tours fechados por agências, que levam os turistas a diferentes ilhas num mesmo dia, as máscaras de mergulho costumam vir inclusas nesses pacotes.

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Chicken

O nome da ilha vem do conjunto de rochas que, vistas de longe, lembram o formato de uma galinha (na verdade, a forma de qualquer ave, como um peru ou um ganso, ou até a de um dinossauro). Geralmente, a visita faz parte do mesmo roteiro que passa por Poda. Com faixa de areia curta, o local tem águas azuis, mas deve ser visitado cedo por causa da subida da maré.

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Phra Nang

Ao contrário das demais, não é uma ilha, mas uma praia em uma península próxima a Railay (uma das regiões mais conhecidas e visitadas de Krabi). Ali, além do mar, a grande atração é uma caverna que abriga um templo repleto de estátuas de pênis de diferentes tamanhos. A tradição vem do hinduísmo e remete ao lingam, símbolo fálico relacionado ao deus Shiva.

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Phi Phi

É a ilha mais famosa, com opções de bares, restaurantes e ringues de boxe tailandês. O local fica a cerca de 45 minutos de barco de Krabi e oferece um mar cristalino. Um dos destaques é a praia Long Beach, mais tranquila e onde costumam ficar os casais e as famílias. Para encontrar agito e festas, o ideal é Ao Lo Dalam –de manhã, estão todos curando a ressaca por lá.

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O que saber sobre a Tailândia

FUSO HORÁRIO
+ 10 horas em relação a Brasília

MOEDA
Baht (1 = R$ 0,09)

CAPITAL
Bancoc

VISTO
Brasileiros estão dispensados para turismo (até 90 dias)

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Pacotes

US$ 478 (R$ 1.479)
Por pessoa, seis dias no país com hospedagem em Bancoc e em Krabi. Inclui city tour na capital. Sem aéreo. Na Abreu: abreutur.com.br

US$ 1.400 (R$ 4.333)
Sem aéreo, roteiro de 10 dias na Tailândia com visitas a Puhket, Bancoc e ilhas Phi Phi. Inclui city tour e traslados entre as cidades. Por pessoa. Na Venice: veniceturismo.com.br

US$ 1.780 (R$ 5.509)
Valor por pessoa para 10 noites na Tailândia, passando por Bancoc, ilhas Phi Phi, Puhket e outros destinos. Inclui café da manhã e voos internos. Por pessoa, sem aéreo saindo do Brasil. Na Gold Trip: goldtrip.com.br

US$ 2.350 (R$ 7.274)
Pacote de 12 dias, visitando Bancoc, Chiang Mai e Krabi. Inclui visitas a templos. Por pessoa, com voos internos. Sem aéreo do Brasil. Na Descubra Turismo: descubraturismo.com.br

US$ 2.945 (R$ 9.115)
Com aéreo, sete noites no país com visitas a Bancoc, Krabi e Puhket. Pacote vem com ingresso ao palácio real da capital. Na New Age: newage.tur.br

R$ 10.588
Com visitas a cidades como Bancoc, Puhket e Chiang Mai, 14 noites na Tailândia com aéreo, café da manhã, seis almoços e dois jantares. Inclui visita a campo de elefantes. Na Submarino: submarinoviagens.com.br

US$ 4.260 (R$ 13.185)
Preço para oito noites, com hospedagem em Bancoc, Puhket e Krabi (no resort Phulay Bay). Por pessoa, sem aéreo saindo do Brasil. Na Tereza Ferrari: terezaferrariviagens.com.br

US$ 10.280 (R$ 31.819)
Roteiro inclui aéreo saindo de São Paulo, com escala em Dubai. Dez dias de viagem em Bancoc, Krabi e Chiang Mai, em novembro, com café da manhã e passeios. Na Tereza Perez: teresaperez.com.br


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