Folha de S. Paulo


Em Abrolhos, turista encontra vasta diversidade de peixes, algas e corais

Do rio Caravelas, no extremo sul da Bahia, parte o catamarã rumo ao arquipélago de Abrolhos, a cerca de 70 km da costa. Depois de três horas oceano adentro, lá estão elas: Redonda, Siriba, Guarita, Sueste e Santa Bárbara.

É ao redor dessas cinco pequenas ilhas pedregosas e de origem vulcânica que está uma das maiores biodiversidades do Atlântico Sul.

Desde 1983, a área de 91 mil hectares –que inclui os recifes das Timbebas, localizado em frente à cidade de Alcobaça– é considerada unidade de conservação marinha, a primeira do Brasil.

Antes mesmo de o marinheiro lançar a âncora, duas tartarugas dão as boas-vindas aos visitantes. Ainda que não espiassem para fora d'água, seriam flagradas através do mar tranquilo e cristalino do arquipélago.

A primeira parada é na Siriba, a única ilha que recebe turistas. A caminhada por ela só pode ser feita com o acompanhamento de guias do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), órgão que administra o parque.

Os donos do pedaço são os atobás-brancos, pássaros que costumam ficar em cima de seus filhotes para protegê-los dos predadores. As aves já estão acostumadas com a presença humana, mas é bom não abusar na hora da selfie se não quiser ser atacado.

Também é possível ver os ninhos das grazinas, espécie ameaçada de extinção. Vê-las pousando é um divertimento à parte. Desengonçadas, dão voltas e voltas no ar até alcançar o solo.

Após uma pausa para um mergulho dos turistas perto da Siriba, o barco ancora a poucos metros da ilha Santa Bárbara, onde o desembarque é proibido.

Sob jurisdição da Marinha, é a maior ilha do arquipélago, com 290 mil m². Nela, há um farol, mantido desde 1861 e casas que servem de moradia para militares, guias e pesquisadores.

Quem também vive por ali são dezenas de cabras selvagens, que foram introduzidas na ilha para servir de suprimento numa eventual falta de comida no meio do mar.

Editoria de Arte/Folhapress
Prado, Bahia
Prado, Bahia

MUNDO SUBMERSO

As ilhas são um atrativo, mas é debaixo d'água que Abrolhos se mostra impressionante. Só com o snorkel, já é possível ver peixes multicoloridos, algas e corais.

Quem tem mais tempo de passeio e experiência de mergulho pode explorar navios naufragados na região, cavernas e os famosos chapeirões –formações de recifes com o aspecto de um cogumelo, que chegam aos 30 m de altura.

O bate-volta ao arquipélago, com saída às 7h e retorno às 17h30, custa R$ 322 por pessoa, sem contar a taxa de entrada no parque (R$ 42). O valor inclui café da manhã, almoço, frutas, refrigerantes e material para a imersão.

O mergulho guiado com cilindro é cobrado a parte (R$ 250). As operadoras de turismo também oferecem passeios de até quatro dias, com pernoite no barco. A lista das empresas credenciadas estão no site do parque (icmbio.gov.br/parnaabrolhos ).

O arquipélago pode ser visitado o ano todo. Mas o verão é a época ideal para mergulho, com águas mais quentes e melhor visibilidade.

De julho a novembro, a grande atração são as baleias jubarte, que costumam se reproduzir por ali nessa época. Quem já fez o passeio nesse período garante que elas dão show, com direito a saltos e esguichadas de água no trajeto até Abrolhos.

No centro de visitantes do parque, na praia do Kitongo, em Caravelas, há uma réplica em tamanho natural da baleia, que chega a 16 m de comprimento e 40 toneladas.

É uma opção para quem não teve a sorte de cruzar com essas gigantes pelas águas da Bahia.


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