Folha de S. Paulo


Refresco e sossego são trunfos de Campos do Jordão no verão

Destino certo de paulistanos durante o inverno, Campos do Jordão (181 km de São Paulo) oferece atrativos em qualquer época do ano –inclusive neste final de verão.

Como a temperatura se mantém amena (na faixa de 25ºC), a cidade atrai quem foge do sol e de praias cheias.

Neste período, Campos assume sua verdadeira vocação: a de uma estância propícia para o descanso ao ar livre, sem nada que lembre o trânsito intenso de turistas típico dos meses mais frios, quando baladas e lojas "pop-up" transformam a região.

Em meio a essa tranquilidade, dá para passear de trem com a serra da Mantiqueira ao fundo, visitar bares, restaurantes e lojas de cervejas e chocolates especiais.

A visita antes da chegada do "friozinho" também serve para garantir hospedagem mais barata: as tarifas podem cair pela metade até o fim de março mesmo em hotéis tradicionais, como o Toriba, fundado em 1943 (com diárias a partir de R$ 450).

O local tem um spa da marca francesa L'Occitane aberto a não hóspedes. As massagens relaxantes, de uma hora, custam cerca de R$ 250.

Um fim de semana na cidade inclui visita ao bairro de Capivari, que ainda abriga a maioria dos bons restaurantes e chocolatarias da cidade.

O fondue de queijo queridinho do inverno continua sendo servido, mas não faltam opções da cozinha italiana, alemã e argentina.

O calor é uma boa hora para deixar o vinho de lado e provar cervejas como a Baden Baden e a novata Campos do Jordão, que oferece rótulos de sabores exóticos (avelã e pinhão, por exemplo), por cerca de R$ 20 a garrafa.

Na avenida Pedro Paulo, que liga o centro ao Horto Florestal, com trilhas e cachoeiras, há mais uma cervejaria: a Caras de Malte, que vende garrafas por mais ou menos R$ 15. Seguindo pouco menos de dez quilômetros em frente, chega-se ao Parque Estadual Campos do Jordão (ou Horto Florestal), que cobra entrada de R$ 13.

No parque, ficam cachoeiras –entre elas a do Garalhada, com uma trilha que tem 4,6 quilômetros de extensão– e um viveiro, que vende mudas de flores e árvores.

Outra opção de lazer ao ar livre é o parque Tarundu, onde é possível patinar no gelo, andar a cavalo, fazer tirolesa, arborismo e tiro esportivo.

O passaporte ilimitado, que dá direito a todas as atividades, sai por R$ 250 para o dia inteiro. Há um restaurante para almoçar no local.

Já o parque Amantikir, onde o ingresso custa R$ 40, vale a visita se a ideia for uma caminhada pelos seus 28 jardins com inspirações inglesa e alemã, por exemplo.

O roteiro não precisa se limitar a Campos do Jordão. As vizinhas Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí, ambas a cerca de 30 quilômetros de Campos, também guardam o clima de inverno fora de época.

ESTRADA DE FERRO

Se o tempo na região é curto, a pedida é fazer o passeio de trem da Estrada de Ferro Campos do Jordão, entre Capivari e a estação de Santo Antônio do Pinhal, que custa R$ 58 (ida e volta).

A viagem é relativamente curta, com duas horas de duração, e alterna vistas da mata com panorâmicas da serra, lotada de araucárias e hortênsias roxas e brancas.

Ao chegar a Santo Antônio, a sugestão é experimentar os tradicionais bolinhos de bacalhau, vendidos na própria estação a R$ 7,50.

"Estamos aqui há 26 anos com a mesma receita, com 60% de bacalhau e 40% de batata, e há quem faça o passeio só para provar os bolinhos", afirma o dono, Danilo Audibert, 78.

A viagem pode terminar em São Bento do Sapucaí, onde fica o Entre Vilas, uma mistura de vinícola, restaurante e plantação, com campos onde crescem framboesas, castanhas, lúpulo e oliveiras, e vista para a vegetação local, de araucárias.

Todos os ingredientes, com exceção da carne, são cultivados ou produzidos ali mesmo, à vista dos comensais.

Associado ao movimento "slow food", que prega o uso de ingredientes locais e artesanais, o menu-degustação sazonal, criado pelo agrônomo e chef Rodrigo Veraldi, sai por R$ 130, sem vinho.


Endereço da página:

Links no texto: