Folha de S. Paulo


Prado atrai turistas e baleias jubarte em busca de sossego e água quente

A 210 km da agitada Porto Seguro (BA), Prado é sinônimo de sossego. Ponto de encontro de turistas mineiros e capixabas, que aproveitam a proximidade com o sul da Bahia, o destino ainda está fora do circuito "hype".

São 84 km de praias emolduradas por falésias de até 30 metros de altura. Ali, o mar é tão quente que o pé nem leva susto quando toca a água.

A temperatura agradável não atrai só turistas friorentos. De julho a novembro, as baleias jubarte também estão nas redondezas para acasalar e dar à luz seus filhotes.

É por isso que a região que vai do limite sul da Bahia a Prado é chamada de Costa das Baleias. Para vê-las, o melhor é fazer um passeio ao arquipélago de Abrolhos, a cerca de 70 km do litoral.

Prado também reivindica seu espaço na zona turística vizinha, a Costa do Descobrimento. Basta falar com alguns moradores para vê-los revoltados com a versão oficial da história, segundo a qual, em 1500, portugueses desembarcaram pela primeira vez no Brasil em Porto Seguro.

Antes de ancorar sua esquadra por lá, Pedro Álvares Cabral teria dado uma paradinha na Barra do Cahy, um dos lugares mais bonitos do litoral pradense.

Fora um restaurante que fica à beira da praia, tudo ali permanece parecido há 500 anos: falésias avermelhadas, areias brancas, coqueiros, manguezal e um rio que deságua no mar.

Quem passa de barco avista o monte Pascoal, com 536 metros de altura. Descrito na carta de Pero Vaz de Caminha, para os moradores ele seria a prova de que Prado é o berço do descobrimento.

Prado, Bahia

AGITO E SOSSEGO

O maior agito –para os parâmetros de Prado– acontece na região central da cidade. Perto da maioria dos hotéis, é ali que estão os quiosques e os vendedores.

Quando cai a noite, a cidade se encontra no Beco das Garrafas: duas ruelas perpendiculares tomadas por mesas e música ao vivo. O destaque é o restaurante Banana da Terra, da chef Márcia Marques, especializado em peixes e frutos do mar.

Um dos pratos principais, chamado Falésias de Mariscos, mistura peixe budião, lagosta e camarão com purê de castanhas e molho de coquinho xandó, pitanga e guairu –frutas da região. O prato custa R$ 130, para dois.

Para quem quer mais sossego, a cerca de 30 km do centro de Prado fica Cumuruxatiba, um vilarejo de pescadores pacato, mas com estrutura confortável de pousadas e restaurantes. Ali, a presença dos índios pataxós é forte.

Às sextas-feiras, é possível conhecer a aldeia Tibá, a 7 km da vila –umas das 12 espalhadas pelo território de Prado. A visita, das 10h às 13h, custa R$ 50 por pessoa, para um grupo de no mínimo cinco turistas. O almoço, cujo prato é peixe na patioba, custa mais R$ 25.

Se a ideia é ficar ainda mais isolado, o ideal é continuar o caminho rumo ao extremo norte do município. Com difícil acesso (feito em 55 km de estrada de terra), Corumbau significa "longe de todas as preocupações", na língua dos pataxós.

A falta de sinal de celular prova a definição indígena e ajuda o turista a se desligar e se conectar com atrações do lugar. As principais são o Pontal, faixa de areia que avança por 1 km no oceano na maré baixa, e o rio Corumbau, no limite com Caraíva –outro ponto que atrai visitantes.

*

Passeios de barco

RECIFES DE GUARATIBA

Próximo à costa de Prado, o banco de corais surge na maré baixa. Neles, formam-se pequenas piscinas naturais, onde peixes ficam presos até a maré subir novamente. Com máscara, é possível vê-los como se os animais estivessem em um aquário. Ao redor dos recifes, também dá para relaxar em boias tipo espaguete fornecidos pela escuna, que demora cerca de uma hora e meia para chegar até ali. O passeio sai do rio Jucuruçu e custa R$ 70 por pessoa.

RECIFES DE ITACOLOMI

As formações ficam a cerca de 20 minutos da ponta do Corumbau, de onde saem os barcos de pescadores que fazem o trajeto. O horário do passeio varia de acordo com a maré, que precisa estar baixa. A embarcação permanece uma hora nos recifes, onde é possível ver diferentes tipos de peixes e de corais, incluindo o coral-cérebro, típico da Bahia. O valor é de R$ 60 por pessoa, se o barco alcançar a lotação máxima (total de dez visitantes).

RIO CORUMBAU

A subida do rio é feita de barco ou de canoa pelos índios da aldeia Bugigão até uma prainha boa para se banhar. Dali, encara-se uma trilha de 15 minutos para assistir ao pôr do sol atrás do monte Pascoal. Por isso, o horário ideal para fazer o passeio é às 16h30. Na volta, ainda dá para pegar o pouso de andorinhas no mangue, fenômeno que ocorre por volta das 18h. O passeio custa R$ 200 (casal).

*

Pacotes

R$ 685
Preço para sete noites na pousada Coral de Fogo. Inclui café da manhã e traslado do aeroporto de Teixeira de Freitas a Prado. Sem aéreo. Na Prado Tour: pradotour.com.br

R$ 960

Valor para viagem de 4 a 10 de junho, seis noites de hospedagem no Cahy Praia Hotel, em Prado. Com café da manhã, sem aéreo nem passeios no pacote. Na Submarino: submarinoviagens.com.br

R$ 1.896

Com passagem aérea via Porto Seguro, seis noites em Prado. Valor por pessoa, para viagem de 13 a 19 de agosto. Não inclui passeios. Na Submarino: submarinoviagens.com.br

R$ 1.904,99

Pacote para quatro noites em Prado, em hotel com café da manhã. Valor por pessoa, com aéreo. Na CVC: cvc.com.br

R$ 2.553

Com aéreo, cinco noites no Hotel Pousada Casa de Maria, em Prado. Preço por pessoa, com café da manhã. Sem passeios. Na New Age: newage.tur.br

R$ 3.873

Quatro noites em Corumbau, no hotel Vila Naiá, com café da manhã e jantar inclusos. Sem aéreo nem passeios incluídos pela região. Na Adventure Club: adventureclub.com.br

R$ 4.105

Inclui café da manhã e jantar no hotel Fazenda São Francisco, em Corumbau. Pacote de quatro noites, sem aéreo nem passeios previstos no roteiro. Na Adventure Club: adventureclub.com.br


Endereço da página:

Links no texto: