Folha de S. Paulo


Conheça 10 praias perto de Pipa, das cheias de surfistas às mais vazias

Rios, lagoas, dunas e falésias. O litoral sul do Rio Grande do Norte oferece opções paradisíacas para quem gosta de agitação ou sossego.

Conheça dez praias ao redor de Pipa, das mais lotadas de surfistas às mais vazias e que parecem ter parado no tempo.

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TIMBAU DO SUL

Quem disse que é só mar? Em Tibau do Sul, município do qual Pipa é distrito, o passeio mais agradável é o feito de barco pela lagoa de Guaraíras. Num tempo longínquo, a lagoa já foi doce, antes de ser aberta pela força da natureza e correr ao encontro do Atlântico.

As águas banham um total de quatro municípios, com uma extensa área de mangue, e são a base de uma das mais importantes atividades econômicas daquela região: a criação de camarões.

"Feita em canoas, a pesca artesanal também está presente por ali, onde as águas mansas e rasas são misturadas às do mar", explica Aude Barbosa, uma francesa casada com um pernambucano que comanda um passeio regado a boas histórias, petiscos e bebidas. E gringos!

O tour, que se inicia pela manhã e segue até o pôr do sol, custa R$ 195, com traslados (uma van busca o turista no hotel e depois o leva de volta) e inclui comes e bebes. No fim do passeio, percebe-se o quanto Tibau é bem mais tranquila que Pipa.

Informações e reservas podem ser obtidas pelos pelos telefones: (84) 3246-4351 e (84) 98824-0023.

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CACIMBINHAS

Dois caminhos e duas paisagens distintas formam a praia de Cacimbinhas, que fica entre o município de Tibau do Sul e o distrito de Pipa. Um pelo alto das falésias, com aquele mar a perder de vista, observado de cima dos paredões, apinhado de surfistas e kitesurfistas que deslizam por suas águas.

Outro, pela areia sempre deserta, fina e clarinha, à beira-mar, de águas profundas e de vento constante. Se a escolha for pelo pé na areia, vale a pena conferir lá de baixo a mudança de tonalidades das falésias, que podem ir de um marrom escuro a um vermelho vivo, em contraste com as cores do mar.

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MADEIRO

Muita gente que visita o litoral potiguar não economiza elogios quando avista a praia do Madeiro: ela ostenta uma das paisagens mais belas do Estado, numa estreita faixa de areia emoldurada por uma sequência de falésias de tirar o fôlego e mar verde-esmeralda. Nessas águas quentes e calmas, há espaço para o banho e também para os iniciantes do surfe.

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CURRAL OU GOLFINHOS

Quem vai sentir falta de barracas quando se tem um visual daqueles, com falésias avermelhadas acompanhando toda a orla? Popularmente conhecida como Baía dos Golfinhos, é destinada a quem pretende fugir da agitação das praias do Centro e do Amor. Antes de seguir pela areia, confira a tábua das marés, pois o único acesso é pela praia. A caminhada deve ser feita somente com a maré baixa (siga ou pelo Madeiro ou pela praia do Centro).

Aqui vale uma sugestão: para ter uma noção exata do visual, faça uma das 14 trilhas sinalizadas até os mirantes do Santuário Ecológico, área que abrange cerca de 20 km de praias e falésias. O ingresso para percorrer esse ambiente preservado de mata atlântica custa R$ 10.

Arredores de Pipa

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AMOR

Do alto do Chapadão fica fácil de entender por que a praia ganhou esse nome: o mar faz com que a orla ganhe o formato de um coração. O areal é um dos mais concorridos e está sempre apinhado de gente que ocupa suas cadeiras de madeira e espreguiçadeiras acolchoadas.

Para chegar à praia, é preciso primeiro encarar os degraus irregulares esculpidos na falésia. Lá embaixo, descortina-se um mar esverdeado com areia dourada. Por causa da maré brava, tornou-se point de surfistas, mas moradores também costumam marcar presença.

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MINAS

Quase sempre desabitada, é uma praia que esconde uma curiosidade histórica sobre o vilarejo –ela tem uma pedra que foi avistada pelos portugueses no passado e que rendeu o batismo da região: Pipa. Isso porque a rocha tem formato de barril, também chamado de pipa, principalmente por ser usado para armazenar bebidas alcoólicas. A tal pedra alimenta ainda histórias curiosas entre nativos, como a que defende a existência de uma serpente que se esconde lá dentro.

Fato é que o local, de ondas poderosas, é daqueles pontos para contemplar a natureza no fim de tarde, quando o céu colore mar e dunas de uma paleta que até mesmo os mais devotos duvidam. Nem sempre a praia é boa para banho, mas a paisagem convida para caminhar. No mar, surfistas e kitesurfistas. Em terra –ou melhor, na areia–, ninhos de tartaruga marinha. Quer mais o quê?

Para quem procurar ficar longe da muvuca, uma dica é hospedar-se na pousada Spa da Alma (spadaalma.tur.br), que oferece aos hóspedes transfer de hora em hora para o centrinho de Pipa. Ao todo, são 18 chalés, com diária a partir de R$ 380 (casal, com café da manhã).

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SIBAÚMA

Originado de um antigo quilombo, o vilarejo parece ser um lugar que ficou praticamente parado no tempo. A pesca continua pautando a rotina de seus moradores e não raro é possível avistar barquinhos ancorados em frente às palmeiras e aos bancos de areia. Mas o turismo começa lentamente a alterar o cotidiano em alguns pontos da pequena vila –já há pousadas e restaurantes.

O rio Catú, que é limpo, pode ser atravessado a pé. Ele divide a área. Balsas fazem o transporte dos carros. Do outro lado, no sentido sul, uma grande barreira de recifes protege a costa das ondas mais fortes, criando, assim, piscinas naturais, ideais para um banho calmo. Seguindo mais um bocado pelo lado sul, há algumas fazendas de criação de camarão, em uma região onde o visitante irá se deparar com praias ainda mais desertas.

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BARRA DO CUNHAÚ

Vale a pena seguir adiante. Aos menos sedentários, é possível caminhar pela praia. São 9 km de trecho. Se a preguiça bater, uma van faz o transporte público do outro lado do rio Catú, em Sibaúma, até a barra.

Chegando lá, uma dúvida: um banho tranquilo de rio nas águas do Curimataú ou pegar onda no Pontal da Boca da Barra? Pouco importa. Tanto no rio quando no mar, kitesurfe e windsurfe trafegam lado a lado nesse vilarejo de povo hospitaleiro. Há passeios de barco pela barra.

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BAÍA FORMOSA

Praias desertas se estendem por cerca de 20 km ao lado de falésias coloridas e lagoas de água doce. Quer mais? Esse pedaço ainda abriga um dos trechos de mata atlântica mais bem preservados do Estado do Rio Grande do Norte. Todos esses encantos naturais estão próximos a duas grandes capitais nordestinas: Baía Formosa fica a 94 km de Natal e a 110 km João Pessoa (PB).

Há outro motivo que costuma atrair adeptos do turismo de natureza: ali se encontra a Mata da Estrela, reserva particular do patrimônio natural. Além dos atrativos da floresta atlântica, o lugar ganhou fama graças a outro destaque regional: a lagoa Araraquara, mais conhecida como Lagoa da Coca-Cola –ganhou esse nome devido às suas águas escuras, fruto da pigmentação das raízes das árvores e da composição química do solo, rico em iodo e ferro.

Em qualquer bate-papo com os moradores locais, logo a gente fica sabendo de uma outra curiosidade: os nativos acreditam que as águas têm poderes medicinais e rejuvenescedores. O turismo está em expansão, com boas opções de hospedagem e restaurantes, a maioria deles, bem simples.

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SAGI

Aqui também a solidão costuma pautar as andanças por suas areias. A praia do Sagi segue como um pedacinho da costa sul do Rio Grande do Norte que é ainda menos visitada e conhecida pelos turistas, inclusive do Estado.

A tranquilidade parece ser moldada pelas dunas, ao assobio do vento, no pequeno vilarejo de pescadores, onde os menos de mil moradores estão sempre dispostos a receber bem os forasteiros.

Na última praia sul do Rio Grande do Norte, na divisa com a Paraíba, a natureza se faz ainda mais soberana: estrada de terra vermelha, manguezal onde o som é só o dos bichos, dunas de areias branquinhas, mar que mistura diferentes tonalidades de verde... É como se fosse Pipa, só que do jeito que era mais ou menos 30 anos atrás.


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