Folha de S. Paulo


Parque temático da Hello Kitty no Japão vende fofura aos visitantes

Uma febre de fofura tresloucada ataca gente de todas as idades ao entrar no parque da Hello Kitty no Japão, num subúrbio a uma hora de trem de Tóquio. Mas tal estado eufórico é aplacado rapidamente nos adultos, ou naqueles com a missão de controlar a carteira, com a profusão de lojinhas, restaurantes e outras oportunidades para gastar seus preciosos ienes.

Sanrio Puroland, um parque indoor aberto no fim de 1990, é como uma meca para os fãs da gatinha japonesa, criada em 1974 e que explodiu em popularidade na última década com uma agressiva campanha de merchandising. Chega a receber 1,7 milhão de visitantes por ano, com ingressos de 2.700 a 3.800 ienes (R$ 75 a R$ 105).

O preço é a metade da entrada da Disney de Tóquio, mas o espaço é dez vezes menor. Faz mais sentido comparar com um shopping de dois andares, com shows para crianças e brinquedos infantis, além de seis lojas.

A atração mais antiga é um passeio de barco que dura cerca de 10 minutos e atravessa alguns cenários graciosos com todos os amigos de Hello Kitty, como My Little Twins, Kero Kero Keroppi, Cinnamoroll e Badtz-Maru. A cada virada do barco, um flash é disparado, e, ao final, é possível comprar essas fotos.

O mesmo acontece no brinquedo da My Melody, um circuito com cenas da vida da coelhinha, tudo narrado em japonês, com uma voz bastante infantil.

COCHILO NA CARNE

Para os adultos, talvez a atração mais delirante seja a mais nova do parque, dedicada ao estranho personagem Gudetama, lançado em 2013 e que consiste numa gema de ovo com olhinhos tristonhos. Sua principal característica, segundo seus criadores, é a preguiça extrema.

O visitante é convidado a embarcar num avião em forma de gema e ganha um passaporte para ativar as brincadeiras dentro do "terminal de embarque". Ao final, se quiser, pode pagar por um álbum de fotos da "viagem".

Em uma das atividades, é preciso quebrar ovos de mentira e acertá-los em frigideiras que se movimentam. Também há cenários esquisitos, como um hambúrguer com Gudetama cochilando em cima da carne.

O centro do parque é decorado por uma grande árvore. Ao seu redor, acontecem shows de música durante o dia. Há também um teatro com apresentações em japonês e cinco espaços para comida, como um café da My Melody e uma praça de alimentação com pratos decorados com personagens. Os mais populares são o crepe da Hello Kitty e "roast beef don", uma tigela de arroz com carne, maionese e ovo (ou Gudetama).

Quando finalmente se chega à casa de Hello Kitty, decorada de forma renascentista, ela está num quarto à espera dos convidados. Numa segunda-feira, a fila é curta para entrar, assim como nos outros brinquedos.

Pela casa, é possível ver vestidos pendurados, quadros da gatinha inspirados em obras famosas, um tatame para a cerimônia do chá e uma cama rodeada de bolos de plástico, onde a criançada aproveita para se deitar.

Vestida de quimono, Hello Kitty é mais alta do que o esperado e faz festa com os visitantes, abraça e dança.

Na hora de registrar o momento, é proibido usar a própria câmera. Duas ajudantes organizam a fotografia, e o susto vem ao final: para ter uma única cópia é preciso desembolsar 1.600 ienes (R$ 44). A gatinha é fofa, mas é também capitalista.

Onde fica - Japão


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