Folha de S. Paulo


Las Vegas ganha atrações para quem não gosta de apostas ou cassinos

Um prédio que abrigava escritórios de cassinos na Strip, avenida turística de Las Vegas onde se concentra a jogatina, além de uma reprodução da torre Eiffel e uma pirâmide do Egito cenográfica, faz meses foi ao chão.

Nasceu no lugar dele um parque (ou o simulacro de um parque, já que estamos falando de Vegas, onde tudo é a imitação de algo) com a lanchonete Shake Shack, bares, árvores e banquinhos. Essa mudança arquitetônica é a ponta do iceberg do que está acontecendo na capital mundial dos jogos de azar.

As opções de lazer que não envolvem fichas, dados e notas de um dólar são a nova aposta dos grandes empresários, motivados por pesquisas que apontam a preferência de jovens adultos por programas a céu aberto.

"Eu achei que não fosse ver o céu dessa cidade. Achei que fosse tudo dentro do cassino", disse o empresário brasileiro Celso Viana, 23, que estava na cidade pela primeira vez para a final de um dos maiores rodeios do mundo, o Professional Bull Riders.

A competição premia seu vencedor com US$ 1 milhão e teve sua etapa final na T Mobile Arena, estádio com 20 mil assentos aberto neste ano. O coliseu sediará até o fim do ano shows de Bon Jovi e Bruno Mars, além de eventos culturais.

Mesmo os cassinos mais antigos correm atrás de programas para atrair jovens que torcem o nariz para caça-níqueis. Numa noite de sexta, centenas de pessoas pagavam centenas de dólares para ouvir o som do DJ Steve Aoki no clube noturno do hotel MGM Grand. Estão marcadas para o últimos mês do ano apresentações de outras estrelas do eletrônico, como Calvin Harris e Tiesto.

CENTRO DAS ATENÇÕES

Uma outra Vegas resiste, mesmo distante das zonas mais turísticas. O Antique Alley, ou beco das antiguidades, é um exemplo de negócio local que sobrevive à sombra das luzes dos cassinos.

As lojas vendem refugos do que sobrou das casas de jogos após as constantes reformas –uma reprodução do letreiro da cidade custa US$ 5.000 (em torno de R$ 17 mil).

Ali perto fica o centro de Vegas, que se reergue depois de décadas de decadência. Tony Hsieh, presidente do site de venda de sapatos Zappos, levou para a região o escritório de sua firma. Junto com os funcionários, veio um caminhão de dinheiro.

O Projeto Downtown vai investir US$ 350 (mais de R$ 1 bi) na revitalização do lugar. Cinco anos após seu início, o projeto inaugura os primeiros prédios residenciais, para aumentar a densidade habitacional da região.

"Ainda não é o lugar mais seguro do mundo, mas saio à noite sozinha sem problemas", diz a barwoman Kelly Souza, 27, que há dois anos mora na cidade. Andando pela área, a regra é ver pessoas com smartphones caros na mão, despreocupadas, cena difícil de se ver no centro de São Paulo ou do Rio.

Nenhuma aposta ali é benemerente: no processo de investimento, Hsieh comprou terrenos da região, enquanto oferecia incentivos a dezenas de negócios para abrir suas portas ali. Um dos exemplos mais vistosos é o Container Park, shopping formado por contêineres, com lojas locais que oferecem bacon feito à mão ou fantasias politicamente corretas para crianças.

Para quem gosta de aventura, há a Fremont Street, coberta por um teto de luzes de LED alucinantes. Como na Strip, os cassinos ali nunca fecham, por mais que sejam menos sofisticados, como suas opções gastronômicas –o restaurante Heart Attack, ou infarto, em português, oferece comida grátis para clientes com mais de 158 kg.

Para quem ainda tem amor às artérias e quer se aventurar na mesma rua, recomenda-se a tirolesa SlotZilla. O sujeito desliza por uma corda, a 34 metros de altura, na posição de voo do super-homem. A aventura sai por US$ 45 (cerca de R$ 160).

Ou, como diria o vendedor Marcelo Kein, que enfrentou a brincadeira em julho: "É a mesma adrenalina que eu teria jogando, por exemplo. Mas custa menos".

O jornalista viajou a convite da Las Vegas Convention and Visitors Authority

*

PACOTES

Nevada, EUA

US$ 281 (R$ 957)
Sem aéreo, pacote de quatro noites no Luxor Hotel. Não inclui passeios nem extras. Por pessoa. Na Valencia Turismo: valenciaturismo.com.br

R$ 2.750
Pacote de seis noites em Las Vegas, com aéreo. Valor por pessoa, para hospedagem no Longhorn Casino & Hotel. No Decolar.com

R$ 2.772
Valor para quatro noites em Las Vegas, com hospedagem no hotel Stratosphere, sem passeios nem extras no pacote. Por pessoa, com aéreo. Na CVC: cvc.com.br

US$ 887 (R$ 3.020)
Em janeiro, sete noites na cidade de Lake Tahoe, com diárias no Hard Rock Hotel & Casino. Inclui seis dias de ski pass na região. Por pessoa, sem aéreo nem regime de alimentação. Na Interpoint: interpoint.com.br

US$ 1.100 (R$ 3.746)
Cinco noites em Las Vegas, no Hard Rock Hotel & Casino, com passeio noturno e roteiro de compras inclusos. Valor por pessoa, com aéreo no pacote. Na Tereza Ferrari: terezaferrariviagens.com.br

US$ 1.216 (R$ 4.141)
Sem aéreo, oito noites em Las Vegas com acomodação em motorhome para visita ao Grand Canyon. Inclui taxas estaduais e pacote de mil milhas (1.609 km) para rodar. Valor por pessoa. Na Adventure Club: adventureclub.com.br

US$ 1.399 (R$ 4.767)
Roteiro de sete noites em Nevada, como visitas a Reno e Lake Tahoe e hospedagem nas duas cidades. Sem alimentação. Por pessoa, com aéreo. Na Danielle Redivo: drturismo.com.br

US$ 1.656 (R$ 5.639)
Inclui passeio de um dia ao Lee Canyon, com atividades de esqui e snowboard. Valor por pessoa para pacote de cinco noites em Las Vegas. Sem aéreo. Na RCA: rcaturismo.com.br


Endereço da página:

Links no texto: