Folha de S. Paulo


Nova Orleans vai além do jazz e guarda a história dos Estados Unidos

Com o Estado da Louisiana já sob o domínio dos Estados Unidos, o general Andrew Jackson venceu, em 1815, as tropas colonizadoras inglesas em um confronto que ficou conhecido como a Batalha de Nova Orleans.

Para marcar o feito militar, o nome de Jackson foi dado anos depois à charmosa pracinha do French Quarter, à beira do rio Mississippi. O lugar, um dos principais atrativos turísticos da cidade, está adornado por uma estátua de 1856 que mostra o general montado em um cavalo.

Caminhar por Nova Orleans, no sul dos EUA, é enveredar pela história do país a partir de um destino que se prepara para, em dois anos, comemorar o terceiro centenário de sua fundação –o que o torna um lugar bastante antigo para os padrões norte-americanos.

Localizada no sudeste da Lousiana, a cidade –fundada em 1718 por franceses e batizada em homenagem ao rei francês, o duque de Orléans– conserva a aura histórica justamente no French Quarter.

Por isso, o ideal é começar o passeio pela praça Jackson e, com um mapinha do centro histórico nas mãos, observar o conjunto arquitetônico do local, que compreende, no entorno da praça, a catedral de São Luís –erguida em 1727–, diante da rua de Chartres.

Nas laterais da praça Jackson ficam os prédios residenciais elegantes chamados de Pontalba Buildings (1848), em cujo pavimento térreo estão hoje restaurantes, bares e lojas descoladas que recebem dezenas de turistas.

Atravessando a Decatur St., no lado oposto ao da catedral, chega-se ao porto histórico, onde a dica é subir no barco a vapor Natchez e fazer um passeio pelo Mississippi ouvindo jazz (informações no site: steamboatnatchez.com ).

É uma boa maneira de entrar no clima cultural efervescente de Nova Orleans, conhecida pelos concertos de jazz e blues. As passagens para adultos custam a partir de US$ 67 (R$ 230,75).

A partir do rio, é possível ver o local onde está o tradicional Café du Monde. Inaugurado em 1862, em plena Guerra de Secessão, que opôs o norte industrializado dos EUA ao sul agrário e escravagista, o local fica aberto durante 24 horas e serve café e beignets – uma versão afrancesada dos donuts.

O lugar está localizado numa das esquinas do French Market, que vale a visita. No século 19, Nova Orleans, que até então tinha uma população de origem francesa, passou a receber novas levas de imigrantes irlandeses, alemães e até portugueses.

A seguir, por volta de 1880, foi a vez dos sicilianos passarem a dominar o comércio de frutas e verduras no French Market. Depois, chegaram pessoas das ilhas Canárias, de Angola e do Senegal, que ajudaram a dar os contornos da vida, da cultura e da gastronomia que a cidade apresenta atualmente.

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Pós-Katrina

A veia artística de Nova Orleans, cidade miscigenada e multicultural desde a sua fundação, resultou no surgimento do ritmo do jazz, reconhecido por volta de 1885.

"Todas as vezes que eu fecho os olhos tocando trompete, olho no coração da boa e velha Nova Orleans", costumava dizer Louis Armstrong (1901-1971), o jazzista e trompetista que ganhou o apelido de "Satchmo".

O músico nasceu em um bairro pobre da cidade e emprestou seu estilo à música popular dos EUA no século 20. Sua importância é tanta que hoje o aeroporto internacional e um dos principais parques de Nova Orleans levam o nome de Armstrong.

Mas, se a música é uma das principais atrações, cujo ápice se encontra nos diferentes festivais de jazz e outros estilos que ocorrem todos os anos, a literatura também deu contornos à cidade.

Alguns dos mais significativos escritores norte-americanos nasceram ou viveram parte de sua vida ali, como Tennessee Williams (1911-1983) e Anne Rice, por exemplo.

Nova Orleans floresceu numa planície abaixo do nível do mar, à beira do rio Mississippi (um imenso curso d'água com 3.734 km de comprimento) e próxima ao golfo do México e ao lago Pontchartrain. Ainda hoje, a cidade de cerca de 380 mil habitantes está cercada por pântanos.

Originalmente habitada por indígenas de tribos como natchez e choctaw, a região é vulnerável a enchentes e a furacões –a ponto de o Katrina ter inundado mais de 80% da cidade e deixado mais de 1.500 mortos no Estado da Louisiana em agosto de 2005.

Dez anos depois e após a reconstrução das áreas afetadas com um custo recorde de US$ 108 bilhões (R$ 371 bilhões), a cidade está se recuperando. E, principalmente o turismo.

Em 2015, Nova Orleans recebeu um número recorde de visitantes: 9,8 milhões, que gastaram cerca de US$ 7 bilhões (R$ 24 bilhões) –número 3,5% maior que em 2014.

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O que saber sobre Nova Orleans

Onde fica Nova Orleans

FUSO HORÁRIO
- 3 horas em relação a Brasília (hoje, por causa do horário de verão, - 4 horas)

MOEDA
Dólar (1 = R$ 3,44)

VISTO
Brasileiros precisam de visto para entrar nos Estados Unidos. Veja como é o processo na página da embaixada

SITE OFICIAL
neworleansonline.com

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PACOTES

US$ 915 (R$ 3.151)
Sem aéreo, programação de cinco noites na cidade em hotel que fica a aproximadamente quatro quadras do rio Mississippi. Inclui passeio por Nova Orleans e traslado para o aeroporto. Na RCA: rcaturismo.com.br

US$ 1.096 (R$ 3.774)
Pacote de cinco noites em hotel com quarto duplo. Com passeio e jantar no rio Mississippi inclusos. Valor por pessoa, sem passagens aéreas. Na RCA: rcaturismo.com.br

US$ 2.473 (R$ 8.517)
Sete noites em Nova Orleans, em hotel próximo ao rio Mississippi. Pacote não inclui alimentação, passeios nem passagens aéreas saindo do Brasil. Valor para casal. Na Tereza Ferrari: terezaferrariviagens.com.br

US$ 4.275 (R$ 14.723)
Valor por pessoa para cinco noites na cidade. Inclui tour de barco com jantar no rio Mississippi e ingressos para o N.O. Jazz & Heritage Festival, que vai acontecer entre abril e maio de 2017. Valor por pessoa, sem aéreo. Na Stella Barros: stellabarros.com.br

US$ 4.975 (R$ 17.003)
Sete noites no destino, sem aéreo. Inclui o Big Chief Experience Pass, que dá acesso a quatro dias do N.O. Jazz & Heritage Festival, entre os dias 28 de abril e 1º de maio. Valor por pessoa, com passeio no rio Mississippi. Na Stella Barros: stellabarros.com.br


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