Folha de S. Paulo


Exposição em Portugal exibe obras recuperadas do artista Joan Miró

Após nacionalizar um banco à beira da falência, o governo de Portugal tornou-se acidentalmente proprietário de 85 peças do mestre catalão Joan Miró (1893-1983). Durante mais de quatro anos, as obras foram motivo de discórdia e estiveram bem próximas de ir a leilão. Até que o país decidiu manter o acervo, que originou uma exposição inédita com boa parte da coleção.

Batizada de "Joan Miró: Materialidade e Metamorfose", a mostra fica em cartaz na Casa de Serralves, no Porto, até 28 de janeiro de 2017. A curadoria ficou a cargo de Robert Lubar Messeri, um dos maiores especialistas mundiais na obra do artista.

A cerimônia de inauguração, na última sexta (30), contou com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro português, António Costa, e do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.

As obras, inéditas ao público português, abrangem um período de mais de seis décadas de carreira de Miró. Segundo o curador, há uma ênfase sobretudo na metamorfose artística do catalão. Além das pinturas, há exemplares de tapeçaria, desenho e colagens.

Na abertura da exposição, Messeri destacou a qualidade da coleção portuguesa e comemorou a decisão do governo de desistir da venda.

"Honestamente, US$ 35 milhões [o preço avaliado na época do leilão] não fariam diferença para o governo de Portugal. Seria uma decisão unicamente política. E quando você toma a decisão de vender seu patrimônio cultural, você também está hipotecando seu futuro", afirmou.

No ano passado, a obra de Miró ficou em cartaz em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, com 41 pinturas, 22 esculturas, 20 desenhos e 26 gravuras do artista espanhol.

"Joan Miró: Materialidade e Metamorfose"
Onde Casa de Serralves (r. D. João de Castro, 210 - Porto, Portugal)
Quando até 28 de janeiro de 2017
Quanto € 16 (cerca de R$ 58)
Mais serralves.pt


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