Folha de S. Paulo


Produção sustentável é aposta para melhorar a fama do vinho alemão

No oeste da Alemanha, na região entre Frankfurt e Colônia, há uma região do país em que a cerveja não é tão presente –aqui, o vinho é mais importante.

O vale do Reno abrange várias cidadezinhas que funcionam à base da produção vinícola. Segundo os produtores, a variedade de uva favorita, riesling, encontra ali a angulação perfeita para aproveitar a luz solar da melhor maneira. O resultado é um vinho mais saboroso.

Sem muito esforço, em provas de vinhos da mesma riesling plantada em regiões próximas e produzida sob as mesmas condições –mas com diferente incidência solar nos vinhedos–, até amadores em enologia podem notar diferenças no paladar.

Theresa Breuer faz parte da quarta geração que administra uma vinícola em Rüdesheim, às margens do rio Reno, a Georg Breuer. Ela conta que a família teve sorte: após a Segunda Guerra, foi uma das primeiras a se restabelecer. Seu bisavô, então, aproveitou para comprar terras e expandir o negócio.

Breuer reconhece que existe uma má impressão internacional do vinho alemão –porque as bebidas exportadas tinham mesmo péssima qualidade, "diferente do que fazemos atualmente".

No Brasil, o símbolo dessa má fama é o rótulo Liebfraumilch (o "vinho da garrafa azul"), que ficou famoso no final da década de 1980.

"Era bastante diluído, tinha alto teor de açúcar, pouco álcool e nenhuma estrutura", lembra o enófilo Ari Gorenstein, sócio do site Evino.

As bebidas alemãs tiveram que lutar contra essa memória e driblar, segundo o especialista, a complexidade de regulamentações específicas em relação à denominação de origem. Ainda hoje, os vinhos alemães têm participação de não mais que 0,2% das importações brasileiras.

Segundo Breuer, a aposta para melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos do Rheingau (distrito do Reno, a denominação da região), é na vinicultura livre de agrotóxicos.

Para evitar as pragas, os produtores usam barreiras naturais e cultivam outras plantas no vinhedo.

Além de agregar o valor da sustentabilidade, essas estratégias, segundo Breuer, também ressaltam o sabor do vinho. "Ele fica com o gosto característico desse solo que usamos", diz.

SUSHI E CARNE DE PORCO

A melhoria na produção ainda não teve como reflexo uma exportação maior. Provar os vinhos da região do Reno, então, é mais fácil para os turistas –que ocupam as vinícolas locais principalmente no verão (no hemisfério Norte, de junho a setembro).

Nelas, as garrafas costumam custar de € 7 a € 20 (entre R$ 25 e R$ 73). Muitas também têm restaurantes que servem pratos apropriados para serem degustados com os rótulos de riesling, especialmente, mas também com os de pinot noir, igualmente produzidos na região.

Na tranquila cidade de Lorch, a vinícola Altenkirch, fundada em 1826, também ressalta a qualidade de seus produtos. Os vinhos custam a partir de € 7 (R$ 25) a garrafa. O menu, que vai do espumante a vinhos mais marcantes, traz uma sequência de pratos da culinária local, que nunca dispensa batatas e carne de porco.

A acidez presente nos vinhos da uva riesling combina com esses pratos mais gordurosos, segundo produtores locais. Aos brasileiros que decidirem levar de volta ao menos uma garrafa na mala, Gorenstein sugere harmonizá-la também com a mais leve comida japonesa.

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Pacotes para a Alemanha

R$ 1.940
Três noites em Colônia, no hotel Adagio, com café. Sem extras ou aéreo. Preço válido para até quatro pessoas. Reservas: adagio-city.com

R$ 2.348
Seis noites em Frankfurt, com aéreo. Por pessoa, sem refeições ou extras, saída em 16/11. No Decolar: decolar.com

€ 949 (R$ 3.440)
Pacote de quatro noites, com café. Sem aéreo, inclui passeios a Frankfurt, Colônia e ao vale do Reno. Por pessoa. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br

R$ 3.989
Valor por pessoa para quatro noites em Colônia. Sem café ou extras, com aéreo. No Submarino: (11) 4003-9888; submarinoviagens.com.br

US$ 1.411 (R$ 4.588)
Valor para sete noites entre a Bélgica, Holanda, França e Alemanha (Colônia e Frankfurt), em cruzeiro pelo rio Reno. Sem aéreo, com café, duas refeições e traslados. Por pessoa. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br

US$ 1.435 (R$ 4.666)
Valor por pessoa para oito noites entre Frankfurt, Colônia, Hamburgo e Berlim. Sem aéreo, com café, traslados e cruzeiro pelo Reno. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br

R$ 6.602
Seis noites, passando pelo vale do Reno e incluindo tours na Bélgica e na Holanda. Com aéreo e café, preço por pessoa. Na Latam Travel: (11) 3274-1313; latamtravel.com.br

€ 1.995 (R$ 7.232)
Pacote de 11 noites, passando, entre outras cidades, por Frankfurt, Berlim, Colônia e Munique. Sem aéreo, inclui café, traslados e passeios. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br

R$ 7.607
Pacote de seis noites no vale do Reno. Valor para duas pessoas, com aéreo e café da manhã, sem passeios ou extras. Na Expedia: 0800-7610765; expedia.com.br

US$ 2.450 (R$ 7.967)
Pacote de sete noites entre Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Alemanha (Colônia e vale do Reno). Inclui café, aéreo e passeios. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br

€ 2.778 (R$ 10.070)
Pacote de 12 noites passando por nove cidades alemãs. Preço por pessoa, com passeios, café e dois jantares típicos. Sem aéreo. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br

€ 3.577 (R$ 12.967)
Seis noites visitando, entre outras cidades, Berlim e Frankfurt. Por pessoa, com café, traslados, visitas a mercados de Natal e passeios. Sem aéreo, saída em 29/11. Na Queensberry: (11) 3217-7101; queensberry.com.br

O jornalista viajou a convite da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo)


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