Folha de S. Paulo


Com praias remotas e resorts à beira-mar, brasileiros descobrem Seychelles

Remoto, exótico, paradisíaco. Com praias de areia branca e mar azul, de água cristalina. Cidades pequenas, onde impera a tranquilidade.

Falando assim, o arquipélago de Seychelles parece mesmo um apanhado de adjetivos-clichê de viagem. Mas não é exagero dizer que tudo isso se encontra de fato por ali.

O país africano no oceano Índico atrai um número ainda pequeno, mas crescente de brasileiros (653 no ano passado, contra 160 em 2010).

As ilhas vêm se vendendo como um destino de sonho para lua de mel, aproveitando suas dezenas de resorts com quartos isolados à beira-mar.

Mas a exclusividade cobra um preço: diárias nesses hotéis raramente custam menos de € 300 (R$ 1.145) e gastos cotidianos podem ser altos.

Não espere pagar menos de € 5 (R$ 20) por uma cerveja, por exemplo, e saiba que as distâncias são longas –e os táxis, por serem chamados até o hotel, acabam com corridas inflacionadas.

Mas há, sim, opções em conta: pousadas com diárias de € 50 (R$ 190) e carros alugados pelo mesmo valor.

FRANÇA E INGLATERRA

Das 115 ilhotas do país, a maior, e que serve de porta de entrada para turistas, é Mahé.

Aqui está a capital, Victoria –em homenagem à rainha britânica; Seychelles foi colônia francesa dos anos 1770 até 1814, quando, após a derrota de Napoleão na Europa, foi cedida aos ingleses, de quem se tornou independente em 1976.

Ali se misturam referências culturais dos dois países (inglês e francês são idiomas oficiais, além do inglês crioulo), mas também de partes da Ásia e da África.

A pequenina capital tem 20 km² e 26 mil habitantes –só na área central de São Paulo, com 30 km², vivem 330 mil pessoas. Suas principais atrações são uma réplica pintada de prateado do relógio londrino Little Ben ("primo" do Big Ben), inaugurada em 1903, e o mercado, em meio ao centrinho de prédios coloniais multicoloridos.

Nos corredores, espalham-se barracas de temperos e de "batik", técnica de tingimento de tecidos (ali, seda).

Para além da capital, a ilha de Mahé tem território montanhoso, recoberto de mata. Durante o dia, o programa básico de turistas é mesmo ir da areia para o mar (sempre quentinho, média de 30ºC) e vice-versa em praias como Beau Vallon, a mais popular.

Mas também pode-se caminhar em trilhas nas reservas, passear de barco, fazer snorkeling ou apelar à estrutura de lazer dos resorts.

O Four Seasons, por exemplo, administra um projeto de conservação de corais do qual hóspedes podem participar –com mergulhos guiados para áreas de proteção.

À noite, o pouco de agitação fora dos hotéis se concentra na região da marina Eden Island, próxima a Victoria.

COCO-DO-MAR

Além de Mahé, onde está a capital, a vida turística seichelense se concentra em outras duas ilhas: Praslin e La Digue.

Na primeira fica a reserva natural Valleé de Mai, considerada patrimônio mundial pela Unesco.

O motivo: suas raras palmeiras gigantes, que só existem ali e dão origem ao igualmente superlativo "coco-do-mar", uma semente com formas que lembram coxas humanas e que pode chegar a 30 centímetros –diferentemente do nosso coco, esse não é comestível.

Se o assunto for praia, a mais famosa é Anse (baía) Lazio, que reúne famílias e grupos de amigos em passeios de um dia a partir de Mahé –que está a 50 quilômetros, em voos de meia hora (cerca de € 150, ou R$ 570, ida e volta), com o mar turquesa sempre à vista. De barco, o trajeto só é recomendado a quem for dormir na ilha.

A pequena La Digue, a 5 quilômetros de Praslin, percorridos de barco, é mais rústica: não há iluminação pública, o principal meio de locomoção é a bicicleta e a estrutura hoteleira se resume a quartos na casa de locais.

O lado selvagem está também nas praias, como Grand e Petit Anse e a Anse Source d'Argent –segundo os locais gostam de repetir, a mais fotografada do mundo, de areias rosadas e rochas de granito.

A maioria das outras ilhas menores, caso de North Island, Silhouette e Fregate Island, é quase privativa para os hóspedes dos hotéis locais.

FRUTA-PÃO

À mesa do arquipélago, obviamente a fartura maior é de frutos do mar, em geral acompanhados de vegetais, pimenta e coco.

Turistas comem também a fruta-pão, já que uma lenda local diz que ela pode garantir o retorno a Seychelles.

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