Folha de S. Paulo


Ilhas de Moçambique guardam passado colonial e praias isoladas

É em uma ilhota na entrada de uma península na costa norte de Moçambique, às margens do oceano Índico, que está uma das construções europeias mais antigas ainda de pé no hemisfério Sul.

Data de 1522 a capela de Nossa Senhora do Baluarte, de paredes brancas, erguida como parte de uma fortaleza que defendia o território português e servia de parada nas rotas de navegação à Índia.

Com a geografia estratégica, a ilha de Moçambique foi capital da colônia até 1898, quando perdeu o título para uma cidade mais de 2.000 quilômetros ao sul, Lourenço Marques (hoje Maputo, ainda capital do país, independente desde 1975).

Patrimônio da humanidade para a Unesco, a ilha ostenta o charme e um quê decadente do passado, em ruelas estreitas (que se estendem por poucos quarteirões), rodeadas de construções coloniais.

Entre elas, turistas podem visitar também o forte de São Sebastião (onde está a capela), o palácio de São Paulo (restaurado, o prédio hoje abriga um pequeno museu) e o museu de Arte Sacra –todos se equilibrando entre o clima histórico e o ar relaxado da gente do litoral.

Para comer, restaurantes como O Paladar, da Dona Maria, são disputados –pode ser preciso fazer reserva. Saída mais prática é apelar para a matapa (folha de mandioca triturada, cozida com molho de amendoim) recheada de caranguejo.

A maneira mais fácil de chegar à ilha é pegar um voo até Nampula e depois embarcar em uma van –em uma viagem que dura até quatro horas, custa 150 novos meticais (R$ 8,20) e requer boa dose de paciência também para as estradas trepidantes.

MAR AFORA

Seguindo mar afora pelo Índico encontra-se a ilha de Goa. São poucas as agências que oferecem o passeio até lá –os hotéis também podem indicar guias que levam ao local.

Na ilha, vizinha à de Moçambique, os prédios coloniais dão lugar à tranquilidade de praias isoladas. Mas o trajeto até lá tem também suas conexões com o passado.

São barcos a vela que fazem o percurso, que pode levar de 30 minutos a uma hora, a depender da direção e da velocidade do vento.

Em terra, cerca de 45 minutos são suficientes para dar uma volta completa ao redor da ilha –incluindo uma subidinha ao farol para fotografar Goa de cima, com a ilha de Moçambique ao fundo e um tapete de água verde-esmeralda entre as duas.

Esse tour mais simples dura no máximo três horas, mas o visitante pode "personalizar" a experiência.

Alguns turistas decidem ficar mais horas – entrando no mar, fazendo snorkeling– ou passar a noite na ilha. Para esses casos, o guia pode ajudar a montar uma barraca, preparar uma refeição –e voltar no dia e hora marcados.

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