Folha de S. Paulo


Recorde, número de turistas em cruzeiros chegou a 23 milhões em 2015

Eduardo Anizelli - 8.jan.2011/Folhapress
Navio de cruzeiro ancorado próximo a orla da praia de Ubatuba, litoral norte de São Paulo
Navio de cruzeiro ancorado próximo a orla da praia de Ubatuba, litoral norte de São Paulo

O número de turistas em navios de cruzeiros manteve a tendência de alta que vem apresentando há alguns anos e bateu um novo recorde em 2015.

As estatísticas oficiais do ano passado foram apresentadas nesta semana pela Clia, associação internacional das operadoras do setor. A expectativa era que o número de cruzeiristas chegasse no ano passado aos 23 milhões, mas ele atingiu 23,2 milhões (uma alta de 4% em relação a 2014).

Com a melhora mais acentuada, foi revista também a perspectiva para este ano –que deve ter ao menos 1 milhão de viajantes a mais e chegar a 24,2 milhões.

A título de comparação, o Reino Unido recebeu, no ano passado, 36,1 milhões de turistas; o Brasil, 6,3 milhões de estrangeiros.

O crescimento do setor é baseado principalmente em dois fatores: o grande investimento de operadores e armadoras na construção de navios e a conquista de novos mercados, principalmente na Ásia –como China e Oriente Médio.

Segundo o relatório da Clia, o mercado asiático ultrapassou a marca de 2 milhões de cruzeiristas, um aumento de 24% na quantidade de passageiros entre 2014 e 2015.

Na Oceania, o crescimento foi de 14% (só a Austrália somou 1,1 milhão de turistas).

"Regiões tradicionais também mostraram força, como foi o caso do Caribe, que ganhou uma repaginada com a entrada de Cuba nos roteiros –um grande chamariz para os americanos, que são o maior mercado emissor de cruzeiristas no mundo", diz Marco Ferraz, presidente da Clia/Abremar, braço brasileiro da organização.

Os EUA têm mais de 10 milhões de pessoas que viajam em navios.

"Por esse número, pode-se imaginar o potencial da China, que ainda é um mercado incipiente", afirma Ferraz.

Navios cada vez maiores –o Harmony of the Seas, que recentemente fez sua viagem inaugural, tem capacidade para mais de 6.000 pessoas– também devem ajudar no crescimento da indústria.

BRASIL

A tendência de crescimento global contrasta com a situação brasileira –com cerca de 550 mil passageiros no ano passado (os números ainda não foram fechados), o país deve ser o 8o maior mercado dessa indústria no mundo.

A temporada de cruzeiros que deve começar em novembro pode ser a menor em 12 anos, em número de navios: a expectativa mais otimista aponta para no máximo cinco na costa brasileira, um a menos do que na temporada 2004/2005.

Em número de cruzeiristas, como os navios são maiores, espera-se algo em torno de 300 mil, mesmo patamar de 2006/2007.

Fatores como falta de infraestrutura, altos custos, carga tributária excessiva e gargalos trabalhistas para as tripulações estrangeiras são sempre citados como os maiores obstáculos para a indústria no país.

"Em um momento de crise como o que estamos vivendo, essas distorções ficam ainda mais evidentes", avalia Ferraz.

Com informações da AFP


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