Folha de S. Paulo


Companhias de cruzeiros apostam em promoções na crise

Mesmo com um cenário de crise, os cruzeiros para o Caribe estão cheios de brasileiros. "Apesar da desvalorização do real ante o dólar, temos observado um crescimento de turistas em busca dos nossos destinos na região", diz Renê Hermann, diretor da Costa Cruzeiros para a América do Sul.

"O Caribe foi o destino preferido [para cruzeiros] em 2015. E esse volume vem crescendo anualmente", conta Orlando Palhares, gerente de cruzeiros da agência CVC.

O cenário pode ser explicado pelas facilidades. "O turista compra um só pacote com estadia, transporte, alimentação e visita a duas, três, até mais ilhas", afirma Marco Ferraz, presidente da Clia/Abremar (associação do setor).

Mas o preço não é necessariamente baixo. É preciso considerar que a maioria dos pacotes não inclui voo até o porto de embarque, seja nas Antilhas ou nos Estados Unidos.

Na ponta do lápis, com a partir de R$ 3.500 por pessoa pode-se começar a planejar a viagem –dependendo do tipo de passagem aérea escolhida, da cotação do dólar e de outros fatores.

Para manter a participação do Brasil em viagens no Caribe, região por onde passa um terço dos cruzeiros do mundo, empresas estão adotando condições especiais (a Abremar estima que 160 mil brasileiros viajem anualmente em cruzeiros internacionais).

A Costa Cruzeiros e a MSC oferecem parcelamentos em até dez vezes no cartão de crédito e dólar congelado –nesta última, a R$ 2,99. Descontos de 40% e gratuidade para terceiro e quarto hóspedes são as condições oferecidas pela Royal Caribbean.

"Além disso, as companhias aéreas baixaram os preços das passagens, e muitos hóspedes aproveitam uma viagem para Orlando, Miami ou Nova York para conhecer mais um destino", diz Ricardo Amaral, vice-presidente da Royal para a América Latina e o Caribe.

Veja aqui e aqui opções de roteiros pela região.

OUTROS MARES

O cenário do setor no Brasil como um todo, entretanto, não é tão positivo, principalmente nos roteiros pelo litoral do país. Os motivos apontados são a crise e gargalos de infraestrutura portuária.

"Dos mais de 20 navios que operavam no litoral em 2010, temos confirmação de apenas cinco para a temporada de 2017 [que começa em novembro deste ano e segue até abril]", afirma Ferraz. Alguns foram deslocados para a China e outros passaram a explorar o Oriente Médio.

A Costa Cruzeiros manterá seus dois transatlânticos na América do Sul, apostando na retomada do Brasil. Já a Royal Caribbean decidiu navegar outros mares, reposicionando seu cruzeiro entre Ásia e Oceania. A italiana MSC comprou uma ilha nas Bahamas, no Caribe, e deslocou um barco de sua frota rumo a Cuba, nova sensação desse segmento.

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