Folha de S. Paulo


Companhias aéreas criam 'disputa' por voo mais longo do mundo

Marwan Naamani-29.jul.2008/AFP
(FILES) - A file picture taken on July 29, 2008 shows a US made Boeing 777-300ER, owned by Dubai carrier Emirates, taking off from Dubai airport. Africa has long been the El Dorado just over the horizon for airlines, but sustained economic growth and the emergence of a middle class on the continent may finally clear the obstacles from the runway. AFP PHOTO/MARWAN NAAMANI ORG XMIT: MN005
Boeing 777 da Emirates na pista do aeroporto de Dubai

Em 17 horas e 35 minutos é possível assistir pelo menos sete vezes seguidas ao filme mais recente da saga "Star Wars". Ou fazer 23 vezes a ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio).

Pois será essa a duração do voo comercial mais longo do mundo, entre Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e a Cidade do Panamá –ainda que talvez por pouco tempo.

A companhia aérea Emirates havia anunciado, em agosto do ano passado, o lançamento da rota para o dia 1o deste mês, mas o início das operações foi adiado para, pelo menos, o dia 31 de março.

Segundo a empresa, o adiamento se deu "a fim de receber por completo todas as aprovações regulatórias e de codeshare". Em comunicado, reafirmou que "acredita firmemente no potencial da rota".

A ligação aérea de mais de 13.800 quilômetros vai desbancar, em tempo de voo, a rota comercial mais longa atualmente, da Qantas, que conecta Dallas (EUA) a Sydney (Austrália) em 16 horas e 35 minutos. Mas deve ser só um dos muitos voos ultralongos a serem introduzidos por companhias aéreas nos próximos meses.

A própria Emirates anunciou no último dia 28 que vai implantar, a partir de 1o de março, uma conexão sem escalas entre Dubai e Auckland, na Nova Zelândia –distantes mais de 14.200 quilômetros ou, em termos aéreos, 17 horas e 15 minutos.

Coincidentemente, outra empresa do Oriente Médio quer inaugurar, em breve, duas rotas ultralongas a partir da região: uma para a América Latina, outra para a Nova Zelândia.

Segundo a Bloomberg, a ideia da Qatar é fazer voos entre Doha e Santiago, no Chile (que duraria 18 horas e 25 minutos, segundo o site Travelmath), e entre Doha e Auckland (18 horas e 35 minutos).

A companhia qatariana opera no Brasil a rota Doha-São Paulo, feita em 14 horas e 40 minutos.

No começo deste mês, a United anunciou planos de criar, em 1o de junho, um serviço de voos diários entre San Francisco e Cingapura, com tempo estimado de 16 horas e 20 minutos –o plano ainda está sujeito a aprovação governamental.

De acordo com o jornal "Financial Times", a briga pelos voos ultralongos também deve ganhar como competidores a Qantas e a Singapore : a primeira planeja ligações sem escalas entre a Austrália e a Europa para o ano que vem, como de Perth a Londres (potenciais 18 horas e 30 minutos); a segunda pretende retomar em 2018 a rota Cingapura-Nova York.

O voo, que já foi existiu e deixou de ser operado por motivos de rentabilidade em 2013, teria 18 horas e 50 minutos de duração.


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