Folha de S. Paulo


Azul do mar se encontra com paisagem do deserto em Aruba, no Caribe

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Um jipe antigo. Colocar a primeira marcha é dureza. O motor falha, e Rivelino grita: "Aruba, arriba!". Agora vai? Um tranco e o jipe está na rua poeirenta de Aruba.

O carro segue o de Rivelino Lacle, 43 –uma homenagem "ao melhor jogador de futebol do mundo". É ele, um guia local, quem vai apresentar os campos de ares desérticos da ilha.

Aruba, uma dependência holandesa de governo autônomo no Caribe, tem o típico da região: praias paradisíacas, mar azul e um resort. Mas também reserva um lado para aventureiros, em uma extensa área de deserto.

Muita areia, pedras vulcânicas, dunas e cactos, muitos cactos. Na pequena ilha, de 180 quilômetros quadrados (área próxima à de Aracaju), vivem 100 mil pessoas. E, por ano, recebe a 1 milhão de turistas. Desses, 25 mil são brasileiros –daqui, só há voos diretos de Manaus.

A ILHA FELIZ

"Quando os espanhóis chegaram, apelidaram Aruba de 'a ilha inútil', por causa da vegetação", conta Júlio Beaujon, 55, diretor do parque Arikok, onde está o deserto que representa 20% do território. Hoje, o slogan oficial é mais receptivo: "uma ilha feliz".

O passeio em Arikok percorre uma porção bucólica, pontuada por plantas exóticas, iguanas aos montes e uma caverna com pinturas indígenas.

Em uma subida mais íngreme, o jipe parece que vai cair para trás. Os turistas ficam apreensivos. Quando chega-se ao topo, a paisagem alivia a tensão e lembra que, afinal, se está no Caribe: o deserto acaba e surge o mar todo azul, todo ali.

Lá embaixo, a praia mais famosa é Eagle Beach. Apesar do nome (eagle é águia, em inglês), são pelicanos que sobrevoam a água quase sem ondas. Ali fica um dos símbolos do país, duas árvores fofoti, com troncos retorcidos, bem na entrada da praia.

Ótimo ponto para descansar tomando piña colada, clássico caribenho com rum, leite condensado e suco de abacaxi (sai por cerca de R$ 20). Ou uma Balashi, cerveja local produzida com água dessalinizada do mar do Caribe.

Menos badalada, mas não menos bonita, é Baby Beach, no sul, mais afastada do centro. Também de águas mais rasas, é ideal para quem está buscando enxergar, com snorkel, peixinhos coloridos.

Aruba revela sua diversidade –os locais falam inglês, espanhol, holandês e papiamento (mistura dos anteriores, mais o português). Em uma festa, o turista pode ser atendido por garçons holandeses, conversar com americanos de férias e dançar com latinos da Colômbia.

As baladas, de entrada geralmente gratuita, ocorrem à beira-mar e na área externa de hotéis como o Brickell Bay, na região central.

O jornalista viajou a convite da Aruba Tourism Authority


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