Folha de S. Paulo


Pouco conhecida, ilha de Santa Lúcia tem paisagens de tirar o fôlego

Santa Lúcia não é famosa pela badalação, como St. Barths. Nem pelo reggae, como a Jamaica. Tampouco pelos charutos, pela salsa e pelo comunismo, como Cuba. Na verdade, Santa Lúcia não é famosa. Ela é uma ilha que se orgulha de ser "low profile".

Mas não faltam bons motivos para ir até lá. Um pouco afastada da rota dos furacões que afetam a região entre junho e novembro, Santa Lúcia é um paraíso ainda pouco visitado por brasileiros, mas muito frequentado por norte-americanos e britânicos.

Esses viajantes se mandam para lá atrás de praias tranquilas com águas cristalinas, paisagens naturais de tirar o fôlego e refúgios românticos de luxo –na última enquete feita pela revista "Condé Nast Traveller", o ranking dos 40 melhores resorts do Caribe trazia seis hotéis da ilha (como o Jade Mountain, que aparece na primeira colocação).

Nos séculos 16 e 17, Santa Lúcia era refúgio de piratas, como o temido François Le Clerc, o Jambe de Bois (perna de pau, em francês). Disputada por franceses e britânicos, a ilha trocou de mãos em sangrentas batalhas. No final, ficou sob domínio do Reino Unido; hoje, é uma monarquia parlamentarista da Comunidade Britânica, como a Austrália e a Jamaica.

Por isso, seus 180 mil habitantes falam inglês, mas muita gente ainda se comunica usando o patois (pronuncia-se "patuá"), dialeto que tem muitas semelhanças com o francês. A moeda local é o dólar caribenho do leste, mas dólares americanos, euros e libras esterlinas são largamente aceitos.

Caribe e cia

Quem passou várias temporadas em Santa Lúcia foi Johnny Depp, que rodou por lá cenas da trilogia "Piratas do Caribe". A propósito, um programão que a criançada adora é o passeio no galeão Pearl. O tour Black Magic custa US$ 110 (R$ 450) por pessoa, com almoço, bebidas, tiros de canhão e tripulantes fantasiados de bucaneiros.

Se a ideia for locar um barco, o melhor é ir à marina de Marigot Bay, onde há empresas de aluguel de lanchas, veleiros e iates. Nas águas cristalinas, é possível mergulhar ou fazer snorkeling.

Em terra firme, os passeios mais procurados são as visitas a um vulcão "drive thru" (dá para passar de carro por dentro da cratera, que têm vários buracos no solo espirrando fumaça e enxofre), cavalgadas à beira-mar, pedaladas por trilhas no meio da selva, "voos" de tirolesa e trekkings no monte Gros Piton.

Esse pico, com o Petit Piton, compõe o principal cartão-postal de Santa Lúcia. O Petit Piton é o mais pontudo e tem 739 metros de altura, enquanto o Gros Piton é o mais largo, com 786 metros.

Quem gosta de balada não encontra muitas opções. O centrinho de Rodney Bay concentra bares e restaurantes, mas nada muito especial.

A noite mais animada rola às sextas-feiras, na festa de rua da vila de Gros Islet, alguns quilômetros mais ao norte. Lá, turistas dançam no asfalto, entre barraquinhas que vendem peixe assado e doses de rum local.

O jornalista viajou a convite do Saint Lucia Tourist Board


Endereço da página:

Links no texto: