Folha de S. Paulo


Ilhas Virgens Britânicas atraem com spas e a 'melhor lagosta do Caribe'

A brasileira Grassa Liesenberg beira os 60 anos, não come carne e pratica ioga todo santo dia na área aberta de seu barco, onde vive a maior parte do tempo, sobre águas caribenhas.

A bordo do mesmo barco, o Rocketeer, na companhia de seu marido, o capitão porto-riquenho Glenn Howell, Grassa recebe turistas e os leva para navegar pelas Ilhas Virgens Britânicas, abençoadas pelo bom tempo ao longo de quase todo o ano.

Trata-se de um arquipélago de 60 ilhas superpreservadas (terra e mar, este de um turquesa límpido) localizado a leste de Porto Rico, no Caribe, alcançado por brasileiros geralmente via Miami.

Lá, os anfitriões da região repetem: "Não há nenhuma construção mais alta que uma palmeira". E, embora haja um volume grande de vilas sofisticadíssimas e muito bem equipadas, as construções não ferem a paisagem. Mantém-se resguardada a natureza virgem –às vezes em áreas legalmente protegidas.

A estrela da mesa, ali, é a lagosta fresca, cuja fama é ser a melhor do Caribe. Ela, voluptuosa, ajuda a preencher a cena que se arma nessas ilhas, marcada por um ar de exclusividade, elegância e privacidade.

Pode-se assistir ao pôr do sol, por exemplo, do topo de uma montanha, em Peter Island, com uma vista ampla para o mar, um privilégio.

Uma área plana recebe cadeiras confortáveis. Garçons discretos do resort que ocupa uma ilha inteira (cinco praias e 20 enseadas) agraciam os turistas com taças de champanhe mais frutas cortadinhas mais queijos e queijos.

No spa do mesmo resort, outros mimos. São tratamentos à base de mel natural, esfoliantes feitos a partir de um cacto da região, massagens intensas (em macas nas quais se deita de barriga para baixo e acomoda-se o rosto em um vão –bem abaixo, no chão, uma tigela de cerâmica com flores rosadas, colhidas nas redondezas, fresquinhas, para admirar) e banhos em ofurôs (um deles, imagine, fica ao ar livre, numa área de natureza entre o spa e a praia, com vista para o mar e privacidade totalmente preservada).

Caribe e cia

AO MAR

Bem, de volta ao barco (sailrocketeer.com; US$ 14.900 por semana, para seis pessoas, com três refeições por dia, lanches e bebidas). Pode-se dizer que o Rocketeer é quase autossuficiente. Tem freezer, geladeira, ar-condicionado. Nele, os navegadores fazem a própria água doce, com a ajuda de um dessalinizador. Há placas de energia solar e gerador de energia eólica.

Das paradas, quiçá a mais especial seja o parque nacional The Bath, na costa norte da ilha Virgem Gorda. Chega-se de barco –e somente assim– a uma pequena praia, de água translúcida, de um azul bem claro.

Uma vez em terra, caminha-se por um emaranhado de pedras de granito, que alcançam até 12 metros de altura e formam piscinas naturais escondidas, com "minipraias" de areia branca, branca. Um cenário de grutas e cavernas –incomum e curioso.

Perde-se parte do encanto ao chegar ao topo, por uma trilha vez ou outra estreita, com algumas escadas a facilitar a locomoção. No alto, apesar da vista, eis um bar apinhado de gente, com música alta e toda sorte de frituras no cardápio em nada sintonizado com a paz que a natureza sugere por ali. Ônus e bônus, mas o balanço é superpositivo.

A jornalista viajou a convite do escritório de Turismo das Ilhas Virgens Britânicas


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