Folha de S. Paulo


Bilbao abriga de arte contemporânea a arquitetura medieval

Depois de fazer escala em Madri ou Barcelona, voar até Bilbao, capital da província de Biscaia, é a maneira ideal de iniciar um roteiro que tenha como fio condutor a cultura basca –muito embora os falantes de euskera correspondam a cerca de um terço do 1 milhão de habitantes da metrópole.

Bilbao (ou Bilbo, em euskera) renasceu urbanisticamente com a inauguração, em 1997, do museu Guggenheim (guggenheim-bilbao.es). O imenso pavilhão metálico de 11 mil metros quadrados, concebido pelo arquiteto canadense Frank Gehry em titânio, aço, cristal e pedra, fica defronte ao rio Nervión.

Expondo fundamentalmente obras de arte contemporânea produzidas a partir da segunda metade do século 20, o museu mudou a atmosfera arquitetônica e cultural de Bilbao, que hoje atrai 700 mil turistas anualmente.

Um dos pavilhões foi especialmente concebido para abrigar instalação de Richard Serra e, do lado de fora, há gigantescas esculturas de artistas como Jeff Koons, Anish Kapoor e Louise Bourgeois.

passado e presente

Antes mesmo de chegar à cidade, quando o avião pousa já se confirma a tese da regeneração urbana ungida pela arquitetura.

Inaugurado no ano 2000 e projetado pelo arquiteto valenciano Santiago Calatrava, o aeroporto, que dista 12 quilômetros do centro, também tem formas arrojadas.

A capital de Biscaia abriga ainda um pavilhão contemporâneo para exposições –a cidade se destaca por ser sede de feiras de negócios– e prédios de outros grandes nomes da arquitetura, como Norman Foster (que projetou o metrô local), Arata Isozaki, César Pelli, Zaha Hadid e Philippe Starck.

Cidades Pais Basco

O museu de Belas Artes também tem importantes coleções de épocas variadas.

Fundada em fins do século 13 por dom Diego López de Haro, a cidade tem entre seus prédios mais antigos a igreja de Santiago, de estilo gótico, do século 15. No centro histórico, que os locais chamam de Casco Viejo, há praças, palácios clássicos e monumentos filiados aos estilos art nouveau e art déco.

E assim, alternando o pós-moderno a obras de diferentes épocas, com traçado urbano regular, a cidade tem amplos calçadões comerciais, restaurantes modernos e tradicionais e bares de "pintxos" (aperitivos que podem levar queijo de cabra, camarões, lulas, pescada e bacalhau).

Quando a fome apertar, o típico mercado de la Ribera, defronte ao rio, é a primeira oportunidade de tomar uma taça do jovem vinho branco txacoli (sempre em pequenos copos de vidro, os "chiquitos"), que acompanha divinamente alguns "pintxos".

Do outro lado do rio, o Gran Café El Mercante funciona desde 1871.

Rodeada por uma paisagem fértil, com montanhas (biscaia quer dizer montanhoso, no idioma basco) e praias de costas escarpadas, Bilbao é ponto de partida de estradas que levam a San Sebastián e Vitoria-Gasteiz.

O jornalista viajou a convite da Insight


Endereço da página:

Links no texto: