Folha de S. Paulo


Touros e ar medieval de Pamplona, no País Basco, atraem multidões

Com 200 mil habitantes, Pamplona –que os bascos chamam de Iruña– atrai mais de 1 milhão de visitantes durante a festa de são Firmino.

A rigor, a cidade fica na região de Navarra e já era conhecida por volta de 75 a.C. Mas a Pamplona que conhecemos, o último reino conquistado por reis católicos, em 1512, foi uma cidade fortificada.

Hoje, a metrópole culturalmente basca é centro político, administrativo, econômico e cultural de Navarra.

Ainda aparece no noticiário graças à polêmica que envolve suas corridas de touros. A festa de são Firmino, de 6 a 14 de julho, põe os animais literalmente para correr nas estreitas ruas e provoca frenesi.

Populares se vestem de branco e, com lenços vermelhos, correm diante dos touros por mais de 800 metros.

O evento deve ter sua origem no século 16, quando os mouros foram expulsos da região, mas, contemporaneamente, se credita a Ernest Hemingway a sua divulgação.

O escritor, um valentão que adorava armas, caçadas e pescarias, é autor de "O Sol Também se Levanta", alusivo à guerra civil espanhola, e frequentou esses eventos entre 1923 e 1959. Hoje, há um busto em sua homenagem diante da praça de touros.

Mas Pamplona faz seu marketing dizendo que é "mais do que os nove dias de 'fiesta'". A metrópole, que funde arquiteturas de várias épocas, tem museus históricos, uma catedral gótica e igrejas medievais. A praça do Castelo é o coração pulsante local.

Outros monumentos são o forte de São Bartolomeu e a Cidadela, em forma de pentágono, do século 16, tida como melhor exemplo de construção militar renascentista.

Ciosa do seu passado basco, Pamplona tem cartazes em euskera e um lema escrito de duas formas: "Pamplona, me gusta!" e "Iruña, atsegin dut!"

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VINHOS E CASTELOS

A 40 quilômetros de Pamplona fica uma cidadezinha rural, habitada desde os romanos e que hoje tem 3.600 habitantes, chamada Olite.

Nos seus arredores, o clima mediterrâneo é aliado dos produtores de aspargos, alcachofras, pimentões e vinhos –os oito produtores locais da bebida fundaram uma cooperativa em 1911 e desde então organiza-se uma festa da vendímia, em setembro.

Outros pontos altos são o Parador Príncipe de Viana e o Palácio-Castelo de Olite. O primeiro, do século 15, é hoje um hotel famoso pelo restaurante de pratos regionais e pelo mito do fantasma do príncipe, neto do rei Carlos 3º de Navarra. Carlos de Viana confrontou militarmente o avô por duas vezes e acabou preso no castelo.

O Pais Basco


O jornalista viajou a convite da Insight


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