Folha de S. Paulo


Rio receberá número recorde de turistas na virada do ano

João Pedro Durão/Fotoarena/Folhapress
Publico lota as areais de Copacabana durante Réveillon de 2014
Publico lota as areais de Copacabana durante Réveillon de 2014

O Rio de Janeiro hospedará nesta quinta-feira (31), em sua famosa festa de virada do ano, um recorde de 857 mil turistas, que gastarão uma estimativa de US$ 670 milhões (mais de R$ 2,5 bilhões), segundo a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) –um alívio em meio à grave recessão vivida pelo Brasil. A desvalorização do real se tornou um grande atrativo para o turista.

A forte queda do valor da moeda brasileira frente à americana em 2015, de quase 46%, beneficia o turismo do Rio de todos os lados, já que barateia as visitas de pessoas de outros países e incentiva viagens dos brasileiros dentro do próprio país.

"Os turistas brasileiros lideram a ocupação dos hotéis do Rio neste ano, com 70% das reservas", disse à Agência Efe o presidente da ABIH no Rio de Janeiro, Alfredo Lopes.

Para Lopes, isso corresponde à decisão de milhares de turistas brasileiros de substituir as viagens ao exterior, encarecidas pelo dólar.

Segundo as estatísticas da ABIH, 80% dos quartos de hotel do Rio de Janeiro já estão reservados para o Réveillon, sendo que essa porcentagem chega a 90% em bairros como Copacabana e Ipanema.

De acordo com Lopes, o número de quartos reservadas pelos turistas para a festa deste ano é 12% superior à de 2014, apesar do número de quartos de hotel ter aumentado significativamente com a inauguração dos hotéis construídos para os Jogos Olímpicos que o Rio organizará em 2016.

"A expectativa para o Réveillon é excepcional, porque o Rio de Janeiro aumentou sua oferta em 3 mil quartos e alcançou uma taxa de ocupação 12% superior à do ano passado", destacou Lopes.

Para o líder dos hoteleiros do Rio, trata-se de números expressivos em meio à crise vivida pelo Brasil, cuja economia entrou em recessão e que, segundo as últimas projeções, irá contrair 3,7% neste ano e 2,81% em 2016.

Se o dado se confirmar, a contração deste ano será a maior sofrida pelo Brasil nos últimos 25 anos.

TURISMO DE CRISE

A maior economia da América Latina também sofre com inflação e desemprego crescentes, assim como com um déficit recorde nas contas públicas, o que levou às agências de classificação de risco a retirar do país o "grau de investimento" que o garantia como bom pagador.

O Réveillon, segundo maior evento turístico de Rio depois do Carnaval, nunca tinha atraído tantos turistas brasileiros e estrangeiros como neste ano, quando espera-se que 2,5 milhões de pessoas ocupem as praias de Copacabana e de Barra da Tijuca para festas grandes com espetáculos musicais e pirotécnicos.

À tradicional festa de Copacabana, que contará com 16 minutos de queima de 24 toneladas de fogos de artifício, se soma neste ano uma festa similar na Barra de Tijuca, o bairro que mais hotéis construiu nos últimos meses, já que concentrará a maioria das instalações para os Jogos Olímpicos de 2016.

Segundo as previsões da secretaria municipal de Turismo do Rio de Janeiro, quase 70% dos 857 mil turistas esperados procederá de outras cidades brasileiras.

O secretário de Turismo, Antonio Figueira de Mello, disse que, dos estrangeiros, grande parte verá o espetáculo de fogos de artifício desde os dez grandes navios cruzeiros que chegaram esta semana ao Rio de Janeiro.


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