Folha de S. Paulo


Já ouviu falar da personagem infantil Heidi? Saiba onde começou a história

Uma garotinha órfã que mora com o avô em um chalé nas montanhas suíças e ensina os valores de uma vida simples, próxima à natureza e aos animais.

O livro "Heidi", clássico da literatura infantil europeia, já vendeu mais de 20 milhões de exemplares em 50 idiomas (há várias versões em português). Em 2015, completou 135 anos –as comemorações incluíram o lançamento de um filme na Alemanha, no começo deste mês.

Pois uma pequena cidade no leste da Suíça, citada no primeiro parágrafo do livro de Johanna Spyri, permite explorar o universo da menina camponesa dos Alpes.

Maienfeld, que não tem mais do que 2.500 habitantes, recebe cerca de 50 mil turistas por ano, atraídos pelo charme das paisagens bucólicas típicas do país –quem chega de trem já consegue escutar, na estação, o tilintar dos sinos que as vacas carregam no pescoço.

Mas o que mais chama a atenção é a "casa" de Heidi, instalada em um vilarejo nas redondezas.

Partindo do centro, as placas informam que é preciso marchar por 40 minutos montanha acima até chegar ao local. Mas, acredite, o trajeto deve durar um pouco mais: a paisagem de campos verdinhos, pontuada por vacas e cabras, inspira a fazer uma caminhada lenta, contemplativa –em que se para a toda hora para fotografar.

Se o cansaço bater, é só fazer uma pausa e tomar um pouco de água nas diversas fontes que há pelo caminho.

VIAGEM AO SÉCULO 19

Corinne Blauenstein, responsável pela administração da casa de Heidi, contou à Folha um pouco da história por trás do livro. Segundo ela, Johanna Spyri gostava caminhar pela região, onde morava uma amiga. Em um passeio, conversou com uma menina que vivia por ali.

De acordo com essa versão, foi o papo com a garota, que contou à escritora detalhes de como vivia, que serviu de inspiração para a história de "Heidi", publicado pela primeira vez em 1880.

Acredita-se que era nessa casa no vilarejo de Maienfeld que a garotinha vivia. O lugar foi aberto ao público em 1998 –desde então, já recebeu mais de 1 milhão de turistas.

Quando o turista termina a caminhada e chega ao local, escuta uma música que vai acompanhá-lo por toda a visita. Nos cômodos, objetos do século 19, como moldes para a fabricação de queijo, panelas de ferro, móveis de madeira e roupas de época.

O que mais chamou a atenção de Andrés Arellano, 8, filho de dois mexicanos que visitavam o lugar no mesmo dia em que a Folha esteve lá, foi a cama da personagem: ele a achou pequena demais para uma menina que deveria ter o seu tamanho.

Heidi, diga-se, está representada por um boneco na sala, sentada ao lado de Peter (ou Pedro), um amigo que a ajudava a cuidar das cabras.

Depois de conhecer todos os cômodos, é hora de passar na loja, em que Heidi estampa não só as capas dos livros: há chocolates, mochilas, bichos de pelúcia, chaveiros, relógios e até vinhos.

Em um canto, fica aquela que é chamada de menor agência postal da Suíça, na qual o turista pode comprar cartões e enviá-los com selos e carimbos temáticos.

HEIDIDORF (CASA DE HEIDI)
Onde Bahnhofstrasse, 1 (Maienfeld)
Quanto 7,80 francos suíços (R$ 30) para adultos (durante o inverno, entre 15/11 e 15/3, é preciso agendar a visita)
Mais heididorf.ch


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