Folha de S. Paulo


Hotéis têm mimos para pets, mas dono precisa avaliar se animal viaja bem

Bruno Santos/Folhapress
Cães passeiam pela pousada Ronco do Bugio, em Piedade (SP)
Cães passeiam pela pousada Ronco do Bugio, em Piedade (SP)

A administradora Kelly Lomonaco, 37, já descartou viagens por não poder levar a um hotel seus dois cães da raça cocker. "São como filhos, né? Não dá para deixá-los de lado nas férias", diz.

O mesmo pensa a professora de inglês Naira Foganholi, 39, que só sai de São Paulo se for com o marido e o Nino, cocker de dois anos. "Não vemos sentido em fazer programas de lazer sem ele."

Para turistas como as duas –e seus pets–, hotéis brasileiros têm caprichado na hora de oferecer mimos.

No Unique Garden, em Mairiporã (SP), os pets são presenteados com caminha, potes de comida e água e brinquedos –e um chef fica à disposição para criar quitutes.

Eles ainda podem acompanhar os donos no restaurante durante as refeições.

Outros hotéis restringem a circulação dos pets. Na pousada Ronco do Bugio, em Piedade (SP), há espaços demarcados: na piscina e no restaurante, só um "lado" fica aberto a hóspedes com cães.

E há destinos em que a diversão é generalizada. No hotel Cabeça de Boi, em Monte Verde (MG), os pets podem fazer trilhas e até participar do city tour que o hotel promove, em um trenzinho próprio.

A pousada Três Vales, em Petrópolis (RJ), deixa o rio e o lago liberados para os cães nadarem –e "fazerem" stand-up paddle com os donos.

Fabio Braga/Folhapress
Cachorro com funcionária em quarto do hotel Unique Garden, em Mairiporã
Cachorro com funcionária em quarto do hotel Unique Garden, em Mairiporã

ETIQUETA CANINA

Quem pretende levar seu cachorro ou gato para um hotel precisa avaliar antes se a companhia será mesmo adequada no destino.

"Se o cão não fica bem sozinho em casa, será impossível deixá-lo no quarto do hotel; se ele late muito ou é antissocial, talvez vá mais incomodar os outros do que fazer companhia ao dono", diz o zootecnista Alexandre Rossi.

Também por isso, conhecer previamente as regras do hotel –como saber em quais locais o cão está autorizado a ir– é fundamental para evitar dores de cabeça.

"Muitos lugares cobram uma taxa extra de limpeza ou podem exigir um valor caução para se prevenir, o que me parece justo", diz Rossi.

Em uma viagem no final do ano, a procuradora Anice Nascimento, 47, precisou pagar a pintura do quarto e um cobertor novo, depois do estrago que seus cães fizeram.

"O hotel não estava preparado para hospedá-los; quando eu ia comer, não podia deixá-los sozinhos no quarto, mas só havia onde prendê-los sob sol forte", conta.

"O piso era de terra até a porta do quarto e eles não queriam sujeira lá dentro."

Quem leva os pets em viagens costuma recorrer a conhecidos ou a avaliações de usuários na internet antes de fazer uma reserva.

"Donos fazem comentários em sites como qualquer viajante, mas com foco na experiência vivida pelo animal", diz a administradora Kelly Lomonaco.

Cuidados para quem vai se hospedar com o pet


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