Folha de S. Paulo


À beira-mar, Brighton, na Inglaterra, celebra o rock com aura hipster

Jack Knight
A roda-gigante da cidade batizada de Brighton Eye
A roda-gigante da cidade batizada de Brighton Eye

Quando o sol cai e o céu ganha tons de laranja, turistas e moradores lotam o calçadão e a praia de cascalho.

A chamada "sunset promenade" é quase obrigatória em Brighton, escapada litorânea apreciada por britânicos. Mas os encantos da cidade, a uma hora de trem de Londres, bem organizada, arborizada e colorida, rendem bem mais do que o "day tour" que a maioria dos turistas opta por fazer.

A comunidade universitária empresta um ar descolado a Brighton. Moradores defendem que a cidade é mais continentalmente europeia do que britânica, com seus cafés, sebos, lojas de roupas e hotéis descolados.

Um dos mais novos é o Pelirocco (hotelpelirocco.co.uk), que decorou os quartos de forma bem-humorada, com temas que vão das pin-ups à Revolução Russa -e toca rock'n'roll nos ambientes comuns.

O local fica em uma ruela do Lanes District, famoso pelos brechós, livrarias, antiquários, barbearias e ateliês de jovens estilistas. Nas vitrines, há de uniformes da Segunda Guerra a roupas moderninhas, de móveis antigos a vibradores futuristas.

A cidade tem paixão por café, sobretudo em North Laine. Por ali, cadeiras, mesas e banquetas são locais de estudo para universitários, de escritório móvel para jovens profissionais, de descanso para aposentados e turistas.

No recém-aberto Pelicano House (pelicanohouse.com), há filas para provar o cremoso cappuccino e as focaccias bem recheadas.

O CLÁSSICO E O ROCK

Dos museus e atrações históricas de Brighton, a mais icônica é o Royal Pavillion. Antiga e pomposa residência real, construída em estilo indo-sarraceno no final do século 18 e com interior repleto de peças chinesas, é hoje o principal museu de Brighton.

No lado oposto do jardim deste mesmo "quarteirão cultural", o Brighton Museum exibe obras que vão do antigo Egito à era vitoriana.

Mas é só circular um pouco para se deparar novamente com um lado hipster: grafites nos muros, performances artísticas por toda a parte, incontáveis galerias de arte -uma delas, dentro de uma antiga igreja (fabrica.org.uk).

Turistas também usam a passagem pela cidade para pagar tributo a lendas do rock; o Brighton Dome, estábulo convertido em casa de shows, já recebeu Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Pink Floyd -além do Abba, que, em princípio de carreira, venceu ali o festival Eurovision, em 1974.

Já que a cidade está na costa, à beira-mar se estende um largo calçadão -cuja atração central é o Brighton Pier.

À sua frente, fica o aquário local, passeio preferido das crianças; ao lado, um parque de diversões à moda antiga; e ali pertinho, uma icônica roda-gigante.

Batizada de Brighton Eye, ela dá a chance de ver do alto, com clareza, toda a região costeira e os mais famosos edifícios da cidade, a exemplo da gigantesca catedral de St. Bartholomew, que teria sido construída seguindo as dimensões da Arca de Noé.

Em 2016, a região ficará ainda mais disputada, com a inauguração do i360, criação dos mesmos designers do ícone britânico London Eye.

A gôndola, descrita como "o primeiro 'cable car' vertical do mundo", subirá verticalmente a 138 metros de altura, oferecendo vista panorâmica de 360 graus.


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