Folha de S. Paulo


Israel contrasta atrações religiosas de Jerusalém com agito e roteiros LGBT

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Frequentadores de casa noturna de Tel Aviv
Judeus rezam no Muro das Lamentações, em Jerusalém e frequentadores de casa noturna de Tel Aviv
Baz Ratner/Reuters
Judeus rezam no Muro das Lamentações, em Jerusalém
Judeus rezam no Muro das Lamentações, em Jerusalém

Em Jerusalém, os cânticos religiosos. Em Tel Aviv, o techno. Na primeira cidade, a Via Dolorosa. A apenas 68 quilômetros de distância, a peregrinação por bares e night clubs, incluindo roteiros LGBT.

Em seus estreitos 470 quilômetros, Israel reúne contrastes. Enquanto a capital, Jerusalém, concentra devotos do islamismo, judaísmo e catolicismo, Tel Aviv atrai adeptos de agitada vida noturna. A uma hora da faixa de Gaza, a cidade é destino dos fiéis da música eletrônica.

Com uma média etária de 28 anos, Israel conquistou o público jovem, principalmente europeu, que viaja para desfrutar do verão no Oriente Médio, onde temperaturas chegam a superar os 44ºC às 18h.

Por isso, chapéu, óculos escuros e filtro solar são indispensáveis. No verão, correspondente ao inverno no Brasil, são organizadas festas em diferentes dias da semana. Na abertura da temporada, uma delas –a Teder– teve que fechar as portas após reunir 7.000 pessoas em Tel Aviv.

A cidade tem no shuk HaCarmel (mercado) um de seus pontos de encontro. A Rotschild Boulevard também tem bares com entrada gratuita para o "esquenta": onde é possível beber e dançar antes de ir a festas mais agitadas.

É nesse contexto que vai acontecer o show de Caetano e Gil na próxima terça-feira (28), em Tel Aviv. A apresentação provocou protestos nas redes sociais, inclusive cartas do músico britânico Roger Waters, ex-líder do Pink Floyd, sugerindo que os brasileiros cancelassem a turnê conjunta por causa da ocupação israelense na Palestina.

Os músicos, contudo, resolveram manter o show.

FINS DE SEMANA

Durante a semana, a maioria das casas noturnas tem entrada gratuita. Mas, no fim de semana, chegam a cobrar R$ 90 por pessoa. Importante: como, para o judaísmo, o sábado é o dia de descanso, restaurantes, mercados, bares e lojas fecham nesse dia, sendo reabertos só no domingo.

Por isso, as noites mais animadas acontecem às quintas e sextas-feiras. No "shabat", as máquinas de café, torradeiras e fogões dos hotéis são desligados e cobertos com lençóis.

Aos sábados, turistas nem sequer podem anotar pedidos no Muro das Lamentações, no centro histórico de Jerusalém. Para chegar lá, o turista é submetido a detectores de metais.

Numa área contígua ao Muro está a Esplanada das Mesquitas. É lá que fica o Domo da Rocha, monumento sagrado para o islamismo –administrado por autoridades muçulmanas, mas sob controle de Israel. Procure se informar com antecedência: o local tem horários de visita bastante restritos (a reportagem o encontrou fechado).

O território sagrado é cercado por policiais ostensivamente armados. Como o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres a partir de 18 anos, não são raras as cenas de jovens uniformizados e armados –o turista precisa estar preparado para isso.

A jornalista viajou a convite da Aliança Cultural Brasil-Israel


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