Folha de S. Paulo


análise

Quarteto mesquinho de 'Seinfeld' marcou muito mais que a TV

Para quem viu "Seinfeld" (1989-98), a fila de um restaurante chinês jamais foi a mesma. A longa espera por uma mesa em um desses estabelecimentos, afinal, é o mote de um dos episódios mais populares da série, exibido na segunda temporada (1991).

Seriados bons são assim: eles se imiscuem na vida do espectador de tal jeito que é como se os personagens centrais fossem velhos conhecidos, e as cenas marcantes, nossas próprias memórias.

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Cena de 'The Chinese Restaurant', da série 'Seinfeld
Cena de 'The Chinese Restaurant', da série 'Seinfeld'

Nenhuma outra série contemporânea à atual geração é tão pródiga em momentos icônicos como esta comédia corrosiva sobre quatro amigos de 40 e poucos anos em Nova York cujo passatempo é pensar (e, às vezes, fazer) o pior da humanidade.

Seu dia a dia não difere daquele de milhões de pessoas; seu cotidiano está longe de ser perfeito. Mas a sintonia do grupo é tão fina que, independentemente do que aconteça aos quatro, continuamos a acompanhá-los.

O certinho Jerry (Jerry Seinfeld), o preguiçoso George (Jason Alexander), a desbocada Elaine (Julia Louis-Dreyfus) e o destrambelhado Kramer (Michael Richards) não marcaram só a história da TV com suas tiradas mesquinhas e seu humor repleto de referências à cultura pop.

Fizeram isso com tamanha força que, 17 anos após o fim do seriado, as sopas do "Soup Nazi" e a fachada do Tom's Restaurant ("Monk's", na série), entre tantas lembranças mais, ainda soam familiares.


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