Com o início do inverno no próximo domingo (21) e a onda de frentes frias que atingiu São Paulo nesta semana, fugir para o calor do Nordeste em julho parece ser uma ótima pedida.
Além disso, a economia enfraquecida está fazendo com que os preços na região fiquem mais baixos. Segundo Afonso Gomes Louro, presidente da Visual Turismo, é possível encontrar pacotes até 20% mais baratos do que os oferecidos no verão.
Oswaldo Freitas, diretor de operações da agência Nascimento, aponta que os valores estão mais em conta também que os do último inverno, em razão da queda na demanda.
Entretanto, como a região ainda é sinônimo principalmente de praia e esta pode ser uma época chuvosa, é bom levar em conta a média histórica de precipitações no mês em cada capital nordestina ao escolher o destino.
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Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) mostram que, entre as cidades com alto apelo turístico, Recife lidera o ranking de chuvas em julho. Na outra ponta, Fortaleza brilha como destino "seco" (veja a tabela completa na página D4).
Segundo o boletim Prognóstico Climático, do Inmet e do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), a temperatura ficará na média ou acima da normal para o mês em todo o Nordeste neste ano.
O período é ideal para visitar três Estados mais ao norte –além do arquipélago de Fernando de Noronha (PE).
No Maranhão, no Piauí e no Ceará, julho marca a época em que chove menos. Nas capitais dos dois primeiros, a temperatura média em julho de 2014 não foi nem 1ºC menor do que a de janeiro deste ano.
COMBOS
"Uma pedida são os Lençóis Maranhenses: já parou de chover, e as lagoas encheram", diz Sonia Werblowsky, diretora da agência Freeway.
Além das combinações mais corriqueiras, como o combo São Luís e Lençóis, em terras maranhenses, e Fortaleza com Jericoacoara, em solo cearense, pode-se esticar também para o vizinho Piauí. O Estado vive ascensão no cenário turístico e tem atrações como o Delta do Parnaíba e a praia de Barra Grande.
Descendo pelo mapa, a faixa que se estende do Rio Grande Norte ao norte baiano ainda passa por temporada de chuvas, e a estiagem costuma voltar só em agosto.
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Quem relativizar a importância do sol e da praia ganha, lembra Ricardo Ricci Uvinha, professor de turismo da USP. "A região oferece muitas opções culturais, gastronômicas e de ecoturismo. Em caso de chuva, há alternativas, mas a maioria dos viajantes se concentra no litoral."
Na lista de patrimônios mundiais reconhecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o Nordeste tem três Centros Históricos –Salvador (BA), Olinda (PE) e São Luís (MA)–, o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e a Praça de São Francisco (SE).
SEM MEDO DA CHUVA
Quem viajar ao Nordeste em julho deve programar ao menos quatro dias na mesma cidade para ter mais chance de conseguir tempo firme e aproveitar o lugar. A opinião é de Leonel Rossi Jr., vice-presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens).
Outra opção é misturar destinos culturais aos passeios na orla. Em Recife, se não der praia, vale escapar para as ladeiras de Olinda. Choveu em Aracaju? São Cristóvão e sua praça de São Francisco estão ali ao lado.
Veja abaixo as principais atrações da região no mapa e uma seleção de pacotes para viajar em julho.
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MARANHÃO
Em julho, quase não chove em São Luís. A cidade mistura folclore, reggae e um centro histórico que é patrimônio da humanidade. Mais afastada, Barreirinhas abriga o parque nacional dos Lençóis Maranhenses -como choveu bastante no primeiro semestre, as lagoas estão cheinhas
PIAUÍ
Barra Grande é a queridinha local; reduto de kitesurfistas, tem clima de verão em julho. Também no litoral, o Delta do Parnaíba abriga mangues, dunas, rios, lagoas, praias... Ainda vale esticar até os tesouros pré-históricos de 100 mil anos do parque nacional da Serra da Capivara
CEARÁ
Fortaleza é destino certeiro em julho. Com vida noturna agitada, a cidade é base também para praias famosas por dunas e falésias coloridas (Morro Branco, Fontes, Canoa Quebrada...). Outro ponto cobiçado é Jericoacoara, deserto de dunas, lagoas cristalinas e ventos para kite e windsurfistas
RIO GRANDE DO NORTE
A faixa entre o Estado e o norte da Bahia concentra chuvas em julho. Mas isso não afasta os turistas da capital, Natal, que tem uma boa praia urbana (Ponta Negra) e é pródiga em passeios como buggy nas dunas e mergulho nos corais. Para sossego, vá a Galinhos; para badalação, a pedida é Pipa
PERNAMBUCO
Recife é a capital nordestina onde mais chove em julho, mas há ótimas alternativas à praia: centro histórico vibrante, museus de qualidade, galerias de arte, Olinda e suas ladeiras... O Estado ainda guarda Fernando de Noronha -bom o ano inteiro para mergulhar- e Petrolina; no interior, às margens do rio São Francisco e de vinícolas, a estação seca começa agora
ALAGOAS
Maceió tem praias urbanas lindas, como Ponta Verde e Jatiúca, e fica pertinho de outros destaques do litoral brasileiro -caso da rota da costa dos corais, ao norte. Na região, protegida pela segunda maior barreira de corais do mundo, espalham-se praias como Patacho, Maragogi e São Miguel dos Milagres
BAHIA
História, cultura, festa, boemia, culinária local: Salvador tem atrativos o ano inteiro, e suas praias nunca estiveram entre eles. Em julho, o tempo é mais firme ao sul, como nas vilas de Porto Seguro: a charmosa Trancoso, a bucólica praia do Espelho e a rústica Caraíva
PARAÍBA
Além de João Pessoa, o Estado tem praia boa em Conde, a 45 km; Tambaba, primeira praia oficial de nudismo da região, tem encantos como falésias, mar calmo e piscinas naturais -e também um trecho em que não é preciso tirar a roupa
SERGIPE
A partir da capital, Aracaju, pode-se percorrer o cânion do Xingó, no rio São Francisco, de escuna. A região tem outras atrações, como praias de rio, um sítio arqueológico, trilhas pela caatinga e a gruta do Angico, onde Lampião foi morto