Imagine que, após passar um ano construindo centenas de carros alegóricos, as escolas de samba queimem simultaneamente, e em segundos, toda a produção.
Aos olhos de um brasileiro, essa pode ser a primeira impressão sobre as Fallas de Valência, na Espanha. É uma das maiores festas da Europa, que ocorre desta sexta (13) até a próxima quinta-feira (19) e cuja principal atração é, justamente, atear fogo em aproximadamente mil carros alegóricos espalhados pela cidade e arredores.
Basta um dia na festa, no entanto, para entender o sentido das chamas: queimar tudo de ruim do ano anterior e renascer das cinzas para receber a primavera. A tradição surgiu no século 18, quando carpinteiros punham fogo nos restos de madeiras usados ao longo do inverno.
Também ia para a fogueira uma espécie de espantalho que, com o tempo, associou-se a figuras da atualidade, o que dotou as Falhas de um afiado espírito crítico.
Do jogador Cristiano Ronaldo ao presidente espanhol Mariano Rajoy, ninguém fica imune a esse humor ácido.
Durante os dias de festa, as fallas, como são chamados os tais carros alegóricos, feitos com estruturas de madeiras, bonecos e adornos em papel machê, que podem medir até 30 metros e custar cerca de € 400 mil, são expostas no meio das ruas, interditadas.
Na noite de 19 de março, com música e fogos de artifício, as fallas são gradativamente queimadas, começando pela praça da prefeitura.
Lá, centenas de pessoas se reúnem e, em segundos, uma gigantesca bola de fogo se abre aos olhos dos espectadores e bombeiros, que entram em ação para evitar que as chamas se espalhem.
Até lá, Valência vive quase uma semana de atrações ininterruptas: espetáculos pirotécnicos, cavalgadas, desfiles e oferenda de flores.
Durante o festival, a prefeitura estima 1 milhão de visitantes ao dia na cidade, de 800 mil habitantes.
| Editoria de arte/Folhapress |
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FALLAS
QUANDO de 13 a 19 de março
ONDE centro histórico de Valência; fallasfromvalencia.com
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