Folha de S. Paulo


Salvador ganha calçadão de lazer permanente, sem carros, na Barra

Já contando com dois dos principais cartões-postais de Salvador –o Farol e a praia do Porto–, a paisagem urbana da orla da Barra acaba de ser reformada e tem mais um motivo para ser visitada.

A principal mudança é que grande trecho da orla tem agora restrição ao trânsito de veículos e se converteu em calçadão. Privilegiando os pedestres, a área se transformou em espaço contínuo de encontro, lazer e práticas esportivas.

Entre as alterações e aquisições que compõem a Nova Barra, como a área é chamada, estão a substituição do asfalto por piso de concreto intertravado, balaustrada mais resistente ao salitre, fiação e contêineres de lixo subterrâneos, iluminação de LED e instalação de móveis, como bancos e lixeiras.

Parte da orla da Barra já suspendia o tráfego de veículos aos domingos para promover o projeto Rua do Lazer.

A iniciativa buscava incentivar práticas como caminhadas, corridas, ciclismo e atividades para crianças. Agora, essas possibilidades se tornam permanentes.

Editoria de Arte/Folhapress
Ocupe a orla
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Outra opção de programa no novo calçadão são os inúmeros bares e restaurantes, que costumam ficar abertos até depois das 22h.

A expectativa é que as intervenções, que duraram dez meses e foram entregues com festa no fim de agosto, também tenham um impacto positivo no turismo.

Contudo, comerciantes que amargaram prejuízos durante as obras têm agora demonstrado apreensão por conta da falta de estacionamentos na região.

Para o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme Bellintani, trata-se de uma escolha de política urbana.

"Fizemos uma clara opção pelas pessoas. É evidente que as vagas públicas foram drasticamente reduzidas", afirma ele. "Porém, há estacionamento pago para atender a demanda. E queremos incentivar a opção pelo transporte de uso coletivo."

CRÍTICAS

Segundo a presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra, Regina Serra, algumas questões, no entanto, estão pendentes. "Sem dúvida melhorou muito para os visitantes, mas faltam árvores proporcionando verde e sombra", diz Regina. "Além disso, não há sanitários públicos. No mais, a segurança noturna precisa ser reforçada", afirma.

A Secretaria de Turismo de Salvador afirma que os ipês plantados precisam de alguns anos para crescer.

Quanto aos banheiros, o órgão informou que o problema será atenuado quando passarem a funcionar cinco quiosques previstos no projeto que oferecerão como contrapartida o serviço (ainda sem data). Sobre a segurança, a secretaria disse que os furtos e roubos foram reduzidos em 30% desde a inauguração da Nova Barra.

A reforma custou R$ 58 milhões. A iniciativa faz parte de um plano de revitalização da orla de Salvador que pretende redesenhar calçadas, vias de espaço compartilhado por pedestres e carros, ciclovias e praças em diversas partes da cidade como nos bairros de Paripe, Ribeira, Jardim de Alah e Piatã.


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