Folha de S. Paulo


'Estrada do rei', na Jordânia, tem sítio arqueológico e berço do cristianismo

Os quase 300 km da "estrada do rei", na Jordânia, são permeados de história e belas paisagens. O caminho começa em Madaba, no centro do país, e segue até Petra.

Em busca de mais visitantes, o governo do país está adequando os serviços públicos e a estrutura turística. A nação tem cenários que podem ser considerados tesouros culturais e naturais, aliando a tradição a uma inovadora oferta de benefícios.

A uma hora de automóvel da capital Amã surge Madaba, berço do cristianismo e ponto de partida da histórica estrada. A pequena cidade é famosa por seus mosaicos, que podem ser vistos em escolas e empresas de arte.

Antes de deixar a cidade, vale a pena fazer uma visita à igreja grego-ortodoxa de São Jorge. No local, há um mapa da Terra Santa e de Jerusalém criado em 560 d.C com cerca de 2 milhões de peças de pedras coloridas. De Madaba, a estrada leva ao sul da Jordânia através do deserto e de cidades fortificadas, que foram caminho de grandes homens, reis e Exércitos. O percurso foi feito por muitos romanos, muçulmanos e judeus peregrinando até a Terra Santa ou a cidade de Meca.

O final da primeira parte do trajeto, há praias e as termas do mar Morto, que se alcançam através do sudeste, atravessando uma paisagem "lunar" fascinante.

O mar Morto, que está a 410 metros abaixo do nível do mar, é a depressão mais baixa do planeta e, justamente por este motivo, suas águas são muito salgadas, relaxantes e terapêuticas pela presença elevada de magnésio, sódio, potássio e mercúrio. Nessa região, foram criadas estruturas de hospedagem exclusivas que oferecem serviços de alta qualidade. Todos os hotéis ou resorts têm lagos termais e praias privativas, onde é possível tomar banhos de lama para tratamentos estéticos.

Pouco mais ao sul, em Al Karak, há uma fortaleza com salas subterrâneas, galerias de abóbadas de pedra e um fosso profundo que resiste por séculos os trabalhos dos turcos de Saladino.

De lá a estrada conduz até Mukawir, cidade histórica que abriga o castelo de Herodes e onde foi decapitado João Batista. Viajando ainda para o sul, é possível admirar a vegetação das montanhas de calcário e a reserva natural de Dana. No local, é possível fazer um passeio a cavalo para descobrir a região e passear pelas vilas fortificadas onde mulheres criam joias artesanais.

A última etapa da "estrada do Rei" é Petra, a cidade esculpida no granito vermelho há mais de 2.000 anos e onde tudo é escavado nas rochas. Templos, teatros, monastérios, termas, estradas coloniais e tumbas reais são feitas de pedra.

A antiga cidade da tribo nômade Nabateus, hoje patrimônio da humanidade, pode ser visitada a cavalo ou com burros. Os últimos são os que melhor percorrem a cidade através de um caminho estreito que desemboca na porta de Siq, uma "garganta" de pedras arenosas que se estendem por mais de um quilômetro. Depois, é possível fazer o trajeto a pé, caminho entre paredões de até 200 metros de altura até o palácio do tesouro do Faraó, o célebre monumento com a face esculpida, o majestoso monastério e a antiga tumba de Aretas 3º. O caminho é decorado com figuras de divindades e da mitologia. A cidade, protegida pelas montanhas, foi construída para controlar as rotas comerciais entre o Oriente e o Ocidente.

Foram os romanos quem descobriram e conquistaram Petra, que permaneceu desconhecida ao mundo até 1812, quando um viajante suíço, Johann Ludwig Burckhardt, a redescobriu. Até hoje, o local é um dos sítios arqueológicos mais visitados do mundo


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