Há 50 anos, o furacão Brigitte Bardot passava por Búzios. Desde então, muita coisa aconteceu: o balneário assistiu ao crescimento desordenado, à proliferação de casarões e condomínios de gosto duvidoso e à vinda de gente de todas as partes do mundo. Mesmo assim, acredite, ainda preserva praias selvagens, rodeadas por áreas de preservação, com aquelas águas transparentes.
Agora, que o Carnaval é passado e que restam parcos dias para o fim da temporada de verão, é a chance de sair à procura de um cantinho assim, tão Bardot!
Além de tomar uma gelada ao lado de moradores e de prosear contemplando o pôr do sol, os forasteiros, pelo menos os mais curiosos, podem se aventurar por trilhas escondidinhas, que levam a um paraíso -esse, garantem moradores, nem a própria Brigitte conheceu.
Menos de dez minutos de caminhada é tempo suficiente para se desligar da badaladíssima praia da Ferradura e mergulhar, por exemplo, num território ermo, longe de ostentação e muvuca, repleto de espetaculares formações rochosas e cercado de pequenas piscinas naturais. Ali, o silêncio só se rompe com a forte arrebentação do mar.
Tudo parece ainda mais azul: o céu e o oceano em contraste com as rochas e os cactos de cabeça branca.
Um nome para guardar: Ponta da Lagoinha. Esse é o lugar, uma curiosa área de formação geológica de mais de 500 milhões de anos chamada de "Himalaia brasileiro". É para admirar, esquecer o tempo e cortejar a ação criativa da natureza.
Até sua localização na península é estratégica: Ponta da Lagoinha fica pertinho da praia da Foca, que, com seu "piscinão" verde cercado de rochas, proporciona muita privacidade ao visitante.
Caminhe um pouco mais. Você vai dar de cara com uma pequena enseada de areia grossa de tons avermelhados e água claríssima.
É a praia do Forno, outra que se destaca no quesito piscinas naturais, principalmente em trechos localizados ao lado de costões.
Em Búzios, é assim: há muito que apreciar. O mar, ora azul-turquesa, ora verde-esmeralda, banha morros cobertos de verde e praias que agradam a diferentes gostos e estilos –nem os argentinos poupam elogios.
Quase todas as 23 praias ostentam aquela transparência ímpar, já definida pela eterna "madrinha" Brigitte Bardot como "o oceano de champanhe azul".