Folha de S. Paulo


Depoimento: havia apenas um 'disponível' na viagem que fiz

No mês passado, viajei com a agência KeepCompany Viagem para Solteiros para a serra da Canastra, em Minas Gerais.

A viagem foi bem diferente do que eu e o restante das pessoas imaginávamos. Em um grupo de 22, havia apenas um homem solteiro. Se em meio às águas da serra alguém
pretendia viver um romance, as esperanças foram logo minadas.

Além do solteiro, havia na turma quatro adolescentes, acompanhados por suas mães, e um casal. Sem romance, o que 15 mulheres, solteiras (incluindo esta repórter, à paisana), fariam? Tinham longas conversas que começavam com "onde você mora?", "o que você faz?" e "é divorciada?".

Em meio ao ti-ti-ti, o solteiro ficou em segundo plano. Quando perguntei se estar entre tantas mulheres o incomodava, o engenheiro de 40 e poucos anos disse: "Elas não parecem estar à procura disso [um relacionamento]".

Expectativas baixas, poderia haver algum programa, em algum lugar, com outras pessoas, não? Não. Noitadas, festas, bares... era tudo impossível: estávamos a 20 km de estrada de terra da pacata São João Batista do Glória (que não tem nem uma pizzaria!).

OUTRO LADO

Consultada, a Keep Company Viagem para Solteiros disse não considerar frustrante para as solteiras que o grupo tenha sido composto por um solteiro, um casal e adolescentes.

"Nosso foco não é formar casais", disse Eduardo Martins, dono da agência. "Somos uma opção para quem quer viajar e não tem companhia."

MAGÊ FLORES, 28, jornalista, é solteira


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