Pyongyang, na Coreia do Norte, está entre as capitais menos visitadas do mundo. Recebe cerca de 3.000 turistas ocidentais por ano. "Menos de cem brasileiros estiveram lá na última década", estima o britânico Simon Cockerell, gerente da Koryo Tours, a maior agência de turismo na região.
O destino é tão exótico que muita gente nem sabe que é possível fazer turismo na Coreia do Norte. O que o lugar tem para oferecer é um passeio inusitado pela única dinastia comunista do mundo.
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As visitas são guiadas --turistas não são autorizados a passear livremente pelo país-- e incluem reverências obrigatórias às estátuas dos ditadores Kim Il-sung e Kim Jong-il. Só neste ano, o governo passou a autorizar que estrangeiros entrassem no país com celulares e tivessem algum tipo de acesso à internet.
O turista pode esperar visitas a museus e a monumentos contando a história da libertação da Coreia do Japão, que ocupou a península coreana (ainda unificada) de 1910 a 1945, da revolução socialista e da luta contra os EUA.
As partes pitorescas incluem idas a parques de diversão com brinquedos antiamericanos e japoneses como carrosséis que imitam foguetes (lembre-se que os norte-coreanos estão tentando sua conquista espacial).
Espontaneidade é um conceito alheio aos norte-coreanos. Os passeios são agendados. Não há chance de passar na frente de um museu e entrar: o guia agenda a visita com antecedência.
O jeito é entrar no clima e já chegar na agência de viagem com a lista de lugares que você deseja conhecer. Há tours onde o foco é aviação e outros priorizam paisagens naturais.
Mesmo com tantos programas, é comum que no meio do tour alguns passeios sejam cancelados por motivos mal explicados pelos guias. Tenha sempre um mapa, assim você pode sugerir passeios próximos de onde o grupo estiver.
O guia turístico que acompanha os visitantes é um funcionário da Ryohaengsa, empresa de turismo controlada pelo governo. As agências de viagem fazem o intermédio entre os turistas e a empresa estatal, além de cuidar de compras de passagem, vistos e passeios.
PODER OU NÃO PODER
A função primordial do guia não é mostrar o país e, sim, controlar o que os turistas podem --ou não-- ver e mediar o contato com os moradores, que costuma ser bastante superficial.
O melhor período de visitação é entre setembro e outubro, quando costumam ocorrer os tradicionais "mass games" -espetáculos com centenas de ginastas e imagens impressionantes.
Essa é também a época de clima mais ameno, variando de 20°C a 30°C.
Quem viaja em grupos de até 20 pessoas costuma gastar cerca de R$ 500 por dia, incluindo hospedagem, transporte, alimentação e guias. Não há muito jeito de economizar dinheiro, já que os pacotes são fechados.
A parte boa é que também não há muita chance para gastos extras. Fora o pacote, tudo que você vai poder comprar é um drinque ou um café no bar do hotel, artesanatos e suvenires.
Leve dinheiro vivo, nada de cartão de crédito. Euros ou yuans chineses em notas pequenas são as melhores moedas. Dólares e libras também são aceitos.
Estrangeiros não são autorizados a ter notas coreanas (won). No entanto, o troco é um problema tão grande que é comum recebê-lo em diferentes moedas: parte em euro, parte em dólar e, nesse bolo, uma ou outra notinha coreana para guardar de lembrança.