Com 13 barracas que mais parecem quartos de pousada, o acampamento da empresa Korubo --a única que oferece pacote turístico nesses moldes no Jalapão-- é confortável até para quem nunca se aventurou a dormir no meio da natureza.
O viajante recebe tudo pronto: cabana de lona já armada --espaçosa e alta o suficiente para ficar em pé--, com duas camas e banheiro.
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Cada quarto tem vaso sanitário e pia com água encanada vinda do rio Novo, um dos últimos potáveis do país, que fica a poucos metros das instalações do acampamento.
Para tomar banho, além do rio, há vestiários feminino e masculino, como os de clube, com chuveiros com água aquecida por energia solar.
É tanta mordomia que quem espera ter uma experiência clássica de acampamento, com barraca iglu e saco de dormir, pode ficar decepcionado.
Nas quatro noites por lá, só é preciso abrir mão de se ter internet, sinal de celular e luz elétrica. Pudera: se está a 50 km da cidade mais próxima, Mateiros, de apenas 2.200 habitantes. Até Palmas, são quase cinco horas de viagem.
Incômodo? "O melhor da viagem é o meu celular não tocar nenhuma vez", vibrava a engenheira carioca Juliana Ribeiro, 33.
A iluminação das instalações é fraca, com pequenas lâmpadas de led alimentadas por energia solar. Para deslocar-se entre uma barraca e outra, é necessário usar lanterna.
Mais luz que isso ofuscaria as estrelas e nebulosas que lotam o céu --uma atração à parte, especialmente no período de seca, de maio a setembro.
A alimentação fica por conta da equipe de dez funcionários do acampamento. A comida é em parte preparada com produtos colhidos na horta do local. As refeições são servidas em bufê no refeitório, que tem mesa coletiva para os até 23 turistas que podem vir a cada excursão.
Para transportar o grupo, a empresa tem um caminhão 4x4 grande, com baú adaptado para passageiros, com bancos estofados e janelas. O veículo possui também um "puleiro", espaço com quatro bancos ao ar livre no teto.
O roteiro é oferecido há 12 anos pela Korubo, inspirado nos safáris sul-africanos que combinam conforto e contato com a natureza.
O proprietário, Luciano Cohen, vindo de São Paulo, conheceu o Jalapão em 1995 e se encantou pela região isolada. Em 2001, inaugurou o acampamento.
"Fiquei sabendo do 11 de Setembro só três dias depois, quando cheguei à cidade", lembra.