Folha de S. Paulo


Passeios mostram que Malvinas estão além da imagem da guerra

A associação mais comum que a maioria das pessoas faz quando se fala das ilhas Malvinas não é muito positiva. O lugar evoca, inevitavelmente, guerra, sangue, disputas e rancores.

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Porém, esse arquipélago, localizado a 500 km da Patagônia argentina, oferece atrativos singulares aos que se aventuram a enfrentar o frio e o isolamento dessas terras.

As ilhas Malvinas reúnem opções para quem gosta de turismo de aventura, esportivo, de observação da vida selvagem, gastronômico e, claro, histórico.

O arquipélago é formado por duas grandes ilhas (East Falkland e West Falkland), mais 776 ilhas menores. Apesar da ampla superfície, é muito pouco habitada. Apenas 2.900 pessoas vivem ali, além dos 1.500 soldados britânicos estacionados na base militar de Mount Pleasant.

Para chegar, é preciso viajar de avião até Punta Arenas, no Chile, ou Río Gallegos, na Argentina, e de lá tomar outro voo. Outro jeito é por meio dos cruzeiros, que chegam geralmente aos sábados e ficam apenas algumas horas.

A capital, Port Stanley, guarda traços de uma típica cidade britânica litorânea. Construída ao redor do porto, é composta de casas de dois andares diante do mar, a maioria brancas e de telhados vermelhos e verdes, formando um homogêneo cenário.

A melhor maneira de explorar Stanley é caminhando pelas ruas centrais ou pelas trilhas que levam ao topo dos morros ao seu redor.

Dali, é possível observar a movimentação do porto, a arquitetura do casario, assim como os monumentos de guerra e as igrejas anglicana (Christ Church Cathedral) e católica (Saint Mary's).

Um passeio pela West Store, principal loja das ilhas, é culturalmente interessante. Ali se encontram produtos das cadeias de supermercados inglesas mais famosas (Tesco, Sainsbury, Waitrose) ao lado de carnes uruguaias, frutas brasileiras, eletroeletrônicos norte-americanos e peixe fresco local.

As opções gastronômicas não são muitas, mas a cozinha está entre os pontos fortes das ilhas. Carne de carneiro, abundante nas ilhas, assim como os peixes, são as melhores pedidas.

Para depois do jantar, recomenda-se o passeio pelos pubs locais. O Deano's é o mais adolescente, o Globe, o mais tradicional, e o Victory, o mais cosmopolita.

Ali vão os estrangeiros de passagem pelas ilhas a bordo dos navios que seguem para a Antártida e os que trabalham na exploração de petróleo, além dos espanhóis, russos, franceses e chineses envolvidos com a pesca.

Editoria de Arte/Folhapress

PINGUINS E CAVALOS
A menos de uma hora de Stanley, estão as praias e lagoas habitadas por pinguins imperiais. É um espetáculo à parte descer dos jipes e ser recebido por esses animais em Volunteer Point e Bluff Cove, entre outros lugares.

O passeio a ilhas pequenas pode ser feito no verão. Elas podem ser alcançadas por barco ou aviões de pequeno porte. Entre as mais lindas, estão a Bleaker Island, que, além de pinguins, tem patos e leões-marinhos, a Saunders, com suas gigantescas pedras, e a Pebble, com suas pedras preciosas.

Outra opção de passeio é a visita às fazendas. As Malvinas possuem poucas cidades. Além de Stanley e Darwin, existem apenas o que chamam de "settlements", conjuntos de casas que se espalham pelo vasto território.

Nesses lugares mais afastados, é possível se hospedar nas casas de moradores, que permitem ao visitante participar do dia a dia das fazendas. Além da criação de ovelhas e plantações, um costume é montar cavalos, tradição adquirida quando essas terras eram habitadas por gaúchos do sul da Argentina.


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