Folha de S. Paulo


Dieta mediterrânea propõe refeições tranquilas com legumes, azeite e vinho

Pelo menos em alimentação saudável, a Grécia está à frente do resto da Europa e de boa parte do mundo.

Amplamente recomendada por especialistas em nutrição há três décadas, a dieta mediterrânea está mais atual do que nunca. Neste ano, vários congressos de nutrição mostraram que a dieta é o ponto de partida ideal para uma alimentação balanceada.

A dieta mediterrânea se baseia no consumo de grande quantidade de vegetais, frutas, nozes, legumes (especialmente feijão, ervilha e lentilha), grãos integrais (em vez de refinados), batatas e peixe. Azeite de oliva, moderadamente. Já carne, leite e manteiga são consumidos em pequenas quantidades. Frituras devem ser evitadas.

Laticínios magros também fazem parte. Entre eles, queijo branco, ricota, leite e iogurte desnatados. Além de uma taça diária de vinho tinto (ou um copo de suco de uva tinto integral para os abstêmios).

A concepção da dieta surgiu a partir da percepção de que pessoas que vivem na região do mar Mediterrâneo têm menor índice de doenças cardiovasculares e menor prevalência de obesidade.

A dieta é repleta de compostos que ajudam a combater inflamações e oxidações "radicais livres que reagem com a estrutura da célula" além de aumentar a imunidade.

"A base de muitas doenças modernas tem sido processos de oxidação e de inflamação", explica a nutricionista paulista Evie Mandelbaum, especialista em nutrição hospitalar em cardiologia. Isso se relaciona em parte com a alimentação contemporânea, que inclui muitos conservantes, corantes, metais pesados —chamados na nutrição de xenobióticos.

Além da composição da dieta mediterrânea, os nutricionistas recomendam adotar um ritmo diferente de alimentação. "É preciso ter tempo para comer, mastigar bem os alimentos, sentir prazer na refeição", diz a nutricionista potiguar Rita de Castro.

Evie Mandelbaum ainda brinca com um outro hábito da dieta mediterrânea. "Você volta ao tempo da vovó e prepara tudo dentro de casa." O paladar fica por conta da criatividade de cada um. Pode-se usar e abusar dos temperos naturais também.

DÉBORA ANDRADE e MICHELLE HEYMANN fizeram o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.


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