Folha de S. Paulo


Alimentação adequada ameniza efeitos indesejados da menopausa

Se a alimentação saudável é importante para o bem-estar ao longo da vida, na menopausa, ela é fundamental.

Nessa fase, que começa um ano após a última menstruação e traz transformações profundas no corpo, os alimentos podem tanto ser aliados, regulando o organismo e apaziguando efeitos indesejados, como inimigos, aumentando o risco de obesidade.

No climatério, as funções do sistema endócrino mudam, causando sintomas como ganho de peso e ondas de calor no corpo, que são sentidos, em média, por sete anos.

Uma das principais mudanças percebidas pelas mulheres é o aumento de peso. Um estudo com 148 mulheres de 40 a 65 anos, publicado no início deste ano na "Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia", mostrou que 40% delas estavam obesas e 33%, com sobrepeso.

A partir dos 30 anos, a queima de energia diminui cerca de 10% a cada década. Há ainda mudança na distribuição de gordura no corpo, que passa a se concentrar menos nas coxas e nos glúteos, e mais na barriga, devido à queda no nível de estrogênio, que controla a ovulação.

Além do ganho de peso, a queda do estrogênio pode aumentar as taxas de colesterol ruim (chamado LDL) e diminuir as do bom (HDL). Por isso, é importante reduzir o consumo de doces, evitar comida gordurosa e praticar exercícios físicos.

Entre os alimentos que podem ajudar nessa etapa da vida da mulher, está a soja. Ela contém altos níveis de isoflavona, substância de estrutura semelhante à do estrogênio, que ajuda a controlar o colesterol e a amenizar os "fogachos" –ondas de calor repentinas causadas pela queda do nível do hormônio.

Marcelo Justo - 27.mar.2012/Folhapress
Homem manipula grãos de soja em fazenda no MT; alimento ajuda a prevenir efeitos da menopausa
Homem manipula grãos de soja em fazenda no MT; alimento ajuda a prevenir efeitos da menopausa

Outro problema ligado à menopausa que pode ser amenizado pela alimentação é a diminuição da densidade do osso, que pode levar à osteoporose. Nesse caso, além de leite (preferencialmente o desnatado, que tem menos gordura) e derivados, a indicação é consumir alimentos ricos em cálcio, como brócolis, repolho, couve e peixes.

Quem regula a metabolização do cálcio, por sua vez, é a vitamina D. Presente em alimentos como ovo e carne, sua principal fonte é o próprio corpo, que a produz apenas quando exposto ao sol. O ideal são pelo menos 20 minutos diários de exposição, antes das 10h ou depois das 16h.

Além de reduzirem o risco de osteoporose, a vitamina D e o cálcio podem melhorar os níveis de colesterol a partir da menopausa.

O problema é que muitas mulheres, sabendo dos benefícios desses nutrientes, abusam de suplementos, que podem sobrecarregar o organismo.

Especialistas garantem que não existe substância milagrosa: alimentação equilibrada e exercício físico continuam sendo a chave de um climatério tranquilo.

BIBIANA GUARALDI fez o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.


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