Folha de S. Paulo


A história da DPZ: dos almoços de comida árabe ao topo do mercado

Criativo ou não, qualquer publicitário deste país já sonhou em trabalhar na DPZ. Uma das maiores da publicidade brasileira, a agência foi criada e gerida por uma "sagrada trindade".

O trio criativo —Roberto Duailibi, Francesc Petit (1934-2013) e José Zaragoza— era conhecido dessa forma. Da sopa de letrinhas das iniciais dos seus sobrenomes surgiu aquela que se tornaria uma das maiores grifes da publicidade.

Foi numa noite "tempestuosa" que nasceu a agência, como lembra, hoje aos 80 anos, Duailibi, ao narrar o primeiro encontro das três lendas do meio publicitário, no fim dos anos 1950. A reunião se deu numa festa da Thompson (a primeira agência internacional a ter filial no Brasil), onde trabalhava a então namorada de Duailibi, Sílvia, sua mulher desde 1959.

Foi ela quem apresentou Duailibi a José Zaragoza. Logo depois, os dois conheceram Francesc Petit, na McCann-Erickson, empresa na qual Petit e Duailibi trabalharam.

Zaragoza e Petit eram assíduos frequentadores dos famosos almoços da dona Cecília, mãe de Duailibi, especialista em preparar verdadeiros banquetes de comida árabe na casa que um dia ocupou o número 120 da rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo). Era lá que funcionava uma espécie de "clube dos publicitários".

Em 62, Petit e Zaragoza montaram o Metro 3 e chamaram Duailibi como "freelance". Quatro anos depois, os três fundariam a DPZ.

"Antes, eu era gerente da Standard, na praça Roosevelt", recorda-se Duailibi. "Fui para a DPZ como redator e também para fazer o que sabia muito bem: procurar clientes." De 68 a 72, eles tiveram que "trabalhar muito duro". "Só em 72 apareceria o grande cliente que mudaria a vida da gente: o Itaú."

Em 2011, o grupo francês Publicis Groupe comprou a DPZ. Em maio deste ano, ocorreu a fusão com a Taterka, nascendo a DPZ&T.

"Com seu estilo irreverente e inovador, a DPZ trouxe uma contribuição incomensurável para a propaganda", diz Eduardo Simon, 40, CEO da DPZ&T. "Ela foi responsável por desenvolver grandes marcas e criar personagens icônicos, que entraram para a história."

Para Simon, a DPZ&T traz o DNA criativo, o rigor estético e o histórico de construção de grandes marcas e de "cases" de comunicação. Sobre o futuro, diz: "Estamos investindo em comunicação digital e tecnologias para determinar objetivos distintos para cada meio e momento, visando uma estratégia de comunicação mais eficiente e direcionada".

A seguir, veja uma linha do tempo dedicada à história da DPZ e seu legado, hoje nas mãos da DPZ&T.


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