Concorrentes, CVC e TAM se parecem mais do que provavelmente imaginam. Quarentonas, ambas mudam para se adaptar aos tempos de crise e, novamente, são as marcas mais lembradas pelos brasileiros nas categorias Agência de viagem e Companhia aérea no Top of Mind.
Mais nova, com 43 anos, a CVC lidera pelo quinto ano consecutivo. Citada por 19% dos entrevistados, saltou dois pontos em relação a 2014 e atingiu seu maior índice. A TAM, segunda colocada, aparece com 9%, e a Gol, com 5%.
"A empresa se reinventa o tempo todo", afirma o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco. "Começou com pacotes de ônibus, foi para o aéreo e ultimamente para cursos no exterior. Esse dinamismo que o varejo exige, que a companhia tem no sangue, acaba ajudando para que seja lembrada."
Segundo o Datafolha, a CVC não sai da cabeça sobretudo dos brasileiros mais escolarizados, com renda superior a cinco salários mínimos e na faixa de 25 a 34 anos. "Atendemos à sociedade como um todo", diz Falco.
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E há um investimento pesado tanto para criar novos produtos quanto para divulgá-los. A empresa, cuja verba de marketing aumentou em 10% neste ano -R$ 84 milhões-, anuncia em jornais, revistas, internet, televisão, publicação segmentada para idosos e até em elevador e vagões de trens.
"Temos aumentado a diversificação de venda dos produtos e investido em uma comunicação 360 graus, que trabalha com os mais diferentes meios e plataformas disponíveis", explica Hugo Rodrigues, presidente da Publicis Brasil, agência responsável pelas campanhas da CVC.
A marca, segundo Rodrigues, trabalha com o conceito "Momentos que valem muito custam pouco" e mira famílias e "jovens-adultos". Os resultados aparecem. As vendas para clientes de 18 a 30 anos são as que mais crescem.
Famílias e jovens não estão sozinhos no radar. No intervalo de um ano, além de iniciar as vendas para intercâmbio, a empresa comprou a Rextur Advance, líder em turismo corporativo, e abocanhou a Submarino Viagens.
A CVC também busca driblar os tempos difíceis na economia. Com o dólar em disparada, Falco conversa com fornecedores para ancorá-lo em R$ 3,49. "O importante é travar o câmbio. Vou te vender hotel, transporte, ingressos e, se possível, até as refeições. Trava tudo, parcela em dez e não tem 'Kinder Ovo', não tem surpresa."
COMPANHIA AÉREA
Marca em vias de ser extinta, a TAM foi pela sétima vez seguida a mais lembrada na categoria companhia aérea. A empresa foi citada por 39% dos entrevistados. A segunda colocada foi a Gol (24%), seguida pela Azul (5%).
O final da marca TAM não será causado por dificuldades financeiras -embora a crise tenha feito a companhia reduzir a frequência, desde agosto, de 23 voos nacionais e internacionais. A razão da mudança se deve à união com a chilena LAN. A partir do primeiro semestre do ano que vem, a marca passará a se chamar Latam. Em 2016, os primeiros aviões e uniformes já surgirão com a nova identidade, com o azul predominante em lugar do vermelho atual. A intenção é pintar todas as aeronaves em até três anos.
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"Acho que a marca TAM vai continuar na cabeça das pessoas nos próximos anos. A beleza do nosso trabalho é construir uma nova marca", diz Eduardo Costa, diretor de marketing da empresa.
A Latam, afirma, é uma evolução das marcas atuais TAM e LAN, que, crê, será absorvida naturalmente pelo consumidor. "O posicionamento e a proposta são muito semelhantes ao que as duas empresas sempre empregaram, como a excelência no serviço."
Segundo a pesquisa Datafolha, a TAM é a empresa aérea brasileira mais lembrada entre os moradores das regiões metropolitanas (43%), os homens (43%), as classes A e B (46%) e entre entrevistados mais escolarizados (47%).
Este é justamente o público-alvo da campanha publicitária que a empresa exibe sobre a nova classe executiva, batizada de "Premium Business", com assentos que reclinam até 180 graus.
Filmada em Montevidéu (Uruguai), a campanha "Encontro" mostra uma mulher à espera do marido -que tem no avião conforto equivalente ao que encontraria se estivesse em casa. O vídeo deve ficar no ar até o início de 2016.
A empresa vive um momento de novos projetos. Atualmente, investe na implantação de um "hub" (centro de conexão de voos) no Nordeste -Fortaleza, Recife e Natal concorrem para sediarem a novidade. A disputa tem ares de gincana. Prefeituras e governos têm feito campanha em meios de comunicação e até nos uniformes de time de futebol para vencer a competição.
A ser anunciada até o final do ano, a decisão irá levar em conta a infraestrutura de cada aeroporto e os benefícios que a TAM terá.