A neutralidade da rede, que será objeto de votação na FCC (Comissão Federal de Comunicações) dos Estados Unidos, foi defendida por um grupo de "pioneiros da internet" em uma carta aberta.
O princípio da neutralidade, que também existe no Brasil, determina que provedores de internet não podem entregar conteúdo com velocidades diferentes, ou impor bloqueios —reservando uma velocidade maior ao Netflix e menor ao download de vídeos por outros sites, por exemplo.
Essa diferenciação, que existe em alguns países, como a Guatemala, permite que alguns sites e serviços paguem para serem entregues com velocidade maior, enquanto sites menores seriam potencialmente prejudicados.
A proposta de revogar a neutralidade, apresentada pelo presidente da FCC, Ajit Pai, beneficiaria gigantes das telecomunicações, como a AT&T e a Comcast. A votação acontece nesta quinta-feira (14).
Em carta, os "pioneiros" da internet —grupo que inclui Tim Berners-Lee, que inventou o protocolo da World Wide Web (o famoso "WWW")— dizem que a proposta de repelir a neutralidade da rede mostra uma incompreensão de como a internet funciona.
Também assinam a carta Vinton G. Cerf, Steven M. Bellovin, Stephen D. Crocker e David J. Farber, inventores da internet nos anos 1980, entre outros.
O documento pede que a FCC considere o pleito de milhões de pessoas que "claramente estão apaixonados pela ideia de proteger a internet" e se manifestaram contra a proposta de repelir a neutralidade da rede.
No Brasil, o Marco Civil da Internet, sancionado em 2014 e regulamentado em 2016, estipula a neutralidade da rede.