O Google anunciou nesta quinta-feira (19) que fabricará e venderá um conjunto de óculos e joystick para sua futura plataforma de realidade virtual, que será lançada junto com a próxima versão do sistema Android.
O anúncio faz parte do evento Google I/O, pensado para programadores e realizado anualmente, nesta edição nas proximidades da sede da empresa, em Mountain View, Califórnia. Na quarta (18), a empresa já havia divulgado o projeto de "VR" (sigla para realidade virtual em inglês), mas não o detalhara e tampouco mencionou seu produto próprio.
A gigante tecnológica não publicou preço. O lançamento é esperado para o outono no hemisfério norte, que ocorre entre setembro e dezembro.
Os futuros óculos serão sucessores do Cardboard, um produto com o mesmo princípio e feito de papelão. Em teoria, serão mais duradouros, confortáveis e potentes.
O Daydream, que é o software de VR do Android N (como vem sendo chamada a próxima versão do sistema operacional de celulares e tablets), usa o smartphone como a tela e o processador das imagens tridimensionais.
Para que o celular seja usado para realidade virtual, ele precisará ter tal versão do sistema e obedecer a algumas especificações de hardware —o Google afirmou estar trabalhando em conjunto com as fabricantes Alcatel, HTC, LG e Xiaomi. Isso quer dizer que a experiência será dependente do poder de processamento do telefone.
Outra parceira dessa iniciativa de VR do Google é a Samsung, que já vende óculos de realidade virtual do tipo, chamados Gear VR e com preço de R$ 799 no Brasil. A companhia sul-coreana, por outro lado, usa tecnologia do Facebook (chamada Oculus) no seu equipamento.
Para a produção desse tipo de conteúdo, a empresa californiana anunciou parcerias com desenvolvedoras de games (Electronic Arts, Epic, Ubisoft e Unity); canais de TV (CNN, HBO); empresas de vídeo e cinema (GoPro, Hulu, Imax e Netflix); e jornais ("The New York Times" e "The Wall Street Journal").
Aplicativos que poderão ser visualizados no Daydream desde o princípio incluem Google Street View e YouTube, além do próprio sistema Android em versão para realidade virtual.
Em comparação a óculos dedicados à realidade virtual, tais quais os fabricados por Facebook (Oculus Rift) e HTC (Vive), a maior vantagem do Daydream (e do Samsung Gear VR) é o preço. O Gear VR é vendido nos EUA por US$ 99, ante US$ 599 do Oculus Rift.
O joystick do futuro aparelho do Google tem sensores de movimento, assim como os controles de videogame do Nintendo Wii ou as versões mais recentes dos do PlayStation e do Xbox.
O Carboard, que é vendido pelo Google por US$ 15 (cerca de R$ 54), é compatível com praticamente todo celular com Android, mas usa software diferente, menos ambicioso que o futuro Daydream.
Segundo a empresa, cerca de um milhão de estudantes já usaram um aplicativo educativo de realidade virtual no Cardboard, o Expeditions. O uso em escolas é um dos que a companhia mais alardeia como a utilidade da realidade virtual.
O Oculus Rift e o HTC Vive (assim como um aparelho da Microsoft de proposta semelhante, intitulado HoloLens) tampouco chegaram ao mercado, e também são esperados para este ano.